As
negociações que o DCE encabeça desde o final do ano passado seguem
sem resultado. A pauta histórica do movimento estudantil, ampliação
do R.U, que é atendida durante a Ocupação da Reitoria de 2011, foi
alterada para uma reforma da cozinha pelo Reitor da UEM, sob alegação
de falta de recursos.
Mas
será realmente que faltam recursos? Sabemos que havia outras
propostas de reforma do R.U e que atenderia de forma mais
satisfatória as necessidades do restaurante, sem privar os
estudantes da alimentação durante o período da reforma, contudo, a
administração da UEM optou por um projeto mais barato e que
demandou menos esforço nas negociações com o governo estadual.
Ainda, no início deste ano, circularam notícias de que será
instalado na UEM cerca de 500 câmeras no campus sede, notícia esta,
veiculada pela própria acessoria de impressa da universidade (ASP) e
confirmada por entrevista do prefeito do campus, Igor Valques. Este
investimento custará à universidade R$2 milhões, sem entrar no
mérito da necessidade ou não de tal aquisição, começamos a
duvidar que o problema seja falta recursos, mas sim que seja falta de
vontade política da administração da universidade.
A
ESCOLHA DE UM PROJETO.
A
pior parte dessa história ainda não foi contada às claras. A opção
pelo projeto a ser executado partiu do Reitor, Prof. Júlio, sem
consultar os conselhos e sem ao menos perguntar a opinião dos
estudantes.
Havia
um projeto, entre outros, que apontava para a construção em etapas
de uma cozinha paralela, que permitiria a não interrupção do
funcionamento do R.U. Esse foi rejeitado em detrimento do que está
sendo executado. A justificativa mais razoável é a do término da
reforma ainda nesse reitorado, considerando que a outra cozinha
necessitaria de mais recursos, que para isso a reitoria teria que
trabalhar e ir à Curitiba garantir mais recursos e demandaria mais
tempo para ser finalizado, provavelmente, após o mandato da atual
gestão da reitoria.
Para
evitar a gastura e garantir que a obra fosse por ele inaugurada, o
reitor optou por interromper o R.U e prejudicar 3000 estudantes que
ali faziam suas refeições.
Distante
de classificar a reforma da cozinha do R.U como desnecessária,
continuamos a sinalizá-la como uma vitória do processo de
mobilização, no entanto, a forma como está caminhando, torna-se,
de fato, um ataque a garantia de assistência estudantil. Ou seja, um
ataque às condições de permanência dos estudantes da UEM.
Ainda
no período de recesso acadêmico a administração pressionada pelo
DCE, apresenta uma proposta de alimentação provisória, para o
período em que o R.U estaria fechado.
UMA
PROPOSTA REBAIXADA!
Como
muito já foi divulgado, a administração da UEM, propôs a
licitação de 600 marmitas para servidores e estudantes que
comprovassem situação de vulnerabilidade social. Seriam 600
marmitas de segunda à sexta-feira para o almoço e janta.
Seriam
100 para servidores, 500 para estudantes divididos entre almoço e
janta. 300 desses, entre almoço e janta, estariam destinadas para
estudantes com vulnerabilidade social acentuada, que fariam as duas
refeições. Restariam assim, 100 almoços e 100 jantas para a ampla
concorrência dos “menos desfavorecidos”.
Eram
3000 refeições, entre estudantes e servidores, almoços e jantas
diariamente servidas no R.U, para além de centenas de estudantes e
servidores que contavam com o café da manhã conquistado.
Trata-se
da conversão de uma conquista importante para a Universidade em um
ataque da reitoria, que limita as condições de permanência
constadas pelo movimento estudantil!
UMA
DOUTORA NO MEIO DO CAMINHO.
Como
se não houvesse problemas demais até aqui, surgiu a pedido do
Conselho de Administração (CAD), um parecer jurídico. A Doutora
Sônia Letícia, procuradora geral da UEM, expediu um parecer, que
considera o que quer e concluí aquilo que a administração pediu: A
Universidade não é obrigada a garantir a alimentação suplementar!
A procuradoria jurídica é um órgão ligado a reitoria, ou seja, a
reitoria da UEM fez uma proposta que a própria administração
negou.
A
Doutora em questão se esquece de citar que o Artigo 3º da Lei de
Diretrizes e Bases da educação brasileira, define os princípios da
educação nacional e no seu inciso primeiro determina que a educação
deve ser ministrada com base na “igualdade de condições de acesso
e permanência na escola”.
Na
última manifestação, organizada junto aos Centros Acadêmicos
(C.As) a partir de dois C.E.E.Bs foi elaborado uma carta, a ser
entregue ao Reitor e ao CAD, reclamando as reivindicações dos
estudantes:
-
Garantia de alimentação a todos de segunda a sábado, café da manhã, almoço e janta;
-
Que não haja diminuição do subsídio destinado ao R.U;
-
Garantia de que o R.U não será terceirizado com o fim da reforma;
-
Que os prazos da obra sejam cumpridos;
-
Que o valor da refeição seja mantida: R$ 1,44 mensalista e R$1,60 avulso.
Durante
essa manifestação, a situação ficou clara! O parecer tornou-se um
escudo para o Conselho de Administração. O Reitor, por sua vez,
continuou se esquivando e apontando para o Conselho. Nenhuma
resposta! É o que a administração tem dado.
DIA
21: EXIGIR DO REITOR O ATO EXECUTIVO!
Enquanto
a Administração se esquiva, a situação para os estudantes só
piora. As famílias começam a sentir a diferença no orçamento, os
restaurantes, notando a demanda, elavam os preços e a alimentação
dos que dependem do R.U se vê prejudicada.
A
UEM já atingiu o alarmante índice de 25% de evasão. Os estudantes
sem nenhuma condição de permanência continuam resistindo esse ano;
Mas por quanto tempo?
Dia
21 de março (quinta-feira) é dia de exigir:
Marmitas
já! Assina Júlio!
Concentração
às 14h, no DCE.
Pense,
Participe,
Movimente-se!
CONQUISTE!
http://movimenteseuem.blogspot.com.br/2013/03/restaurante-universitario-e-seus.html