Crédito: Divulgação![](http://www.expressomt.com.br/upload/2012/11/03/Enem.jpg)
![](http://www.expressomt.com.br/upload/2012/11/03/Enem.jpg)
O
curso de medicina voltou a ser o mais concorrido do vestibular da
Fuvest. A disputa de 56,43 candidatos por uma das 275 vagas no curso de
medicina na Universidade de São Paulo (USP) e na Santa Casa, no entanto,
é pequena se comparada a outros processos seletivos. Na Universidade
Estadual Paulista (Unesp), que terá a primeira fase neste domingo (18), a
concorrência é de 185,3 candidatos por vaga. Na Universidade Estadual
Paulista (Unicamp), são 127,3 candidatos por vaga. A disputa na Unicamp
começou no último domingo (11). A primeira fase da Fuvest será no dia
25.
Garantir uma vaga na Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual de Maringá
(UEM), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do
Maranhão (Uema), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ou
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) também não é nada
fácil.
Os números não assustam os estudantes
que disputam vagas nos cursos de medicina. Em geral, esses candidatos
têm afinidade com ciências exatas e aprenderam a enfrentar outros
números, aqueles que podem ser os verdadeiros vilões para quem sonha em
ser médico: a concorrência entre candidato e vaga.
O
estudante João Paulo Natalino Ferrari, de 20 anos, vai tentar uma vaga
no curso de medicina pelo quarto ano consecutivo. Sua família é de
engenheiros, mas ele sonha em ser médico desde criança. Ferrari foi
aprovado em uma faculdade particular de Araraquara, a Uniara, vai se
matricular como garantir, mas vai prestar o vestibular da Unicamp,
Unesp, Fuvest, além de outras instituições privadas.
“A
concorrência não me assusta, porque temos de avaliar quantas pessoas
estão no seu ou acima do seu nível. No montante de candidatos tem muita
gente que está saindo do ensino médio e não tem boa preparação. Eu me
assustaria mais se soubesse que há dez candidatos melhores ou tão bem
preparados como eu, do que saber que há 300 pessoas na disputa geral”,
afirma Ferrari.
Neste ano, o candidato resolveu
mudar a estratégia dos estudos focando nas disciplinas de ciências
humanas, com as quais tem mais dificuldade. Também mescla o tempo de
estudo no cursinho e em casa, por pelo menos uma hora diária de
exercício físico na academia. “Aos fins de semana procuro descansar, até
para melhorar o aproveitamento. Este ano estou bem confiante”, diz.
‘Tem de enfrentar’
Yuri
Inoue, de 18 anos, também encarar vai uma sequência de provas seguidas
com os vestibulares da Unicamp, Unesp, Fuvest, Unifesp e da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Inoue
afirma que o vestibulando de medicina sabe que tem de enfrentar uma
concorrência grande, porque os números são esperados e não assustam. O
estudante concluiu o ensino médio em 2011 e neste ano se dedicou ao
cursinho, mesclando os estudos na instituição e em casa à noite. “A
rotina é puxada, entro no cursinho à 7h, fico o dia todo. Tem dia que
estudo até as 2h da manhã, além de fim de semana e feriado. Mas, por
outro lado, acho que estou bem preparado para as provas.”
Universidades
federais que vão usar o Sistema Unificado de Seleção (Sisu) para
definir seus calouros só terão a concorrência divulgada durante o
processo do sistema do MEC, em janeiro.
Teste como treineiros
Os
estudantes Diogo Silva Lira e Eduardo Galvão de Franca de Moraes Alves,
de 17 anos, de São Paulo, foram aprovados como treineiros na Fuvest no
ano passado, mas como neste ano, concluem o ensino médio, entram na
disputa por uma vaga no curso de medicina para valer.
Além
da Fuvest, os estudantes vão prestar os vestibulares da Unicamp, Unesp,
Unifesp, além de disputar vagas em outras instituições por meio do
Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Apesar de saberem que é comum o
candidato a uma vaga em medicina, não conseguir ser aprovado logo na
primeira tentativa, os jovens estão confiantes e dizem não se intimidar
com o tamanho da concorrência.
“Temos ciência
de que a concorrência é bem alta, como se fosse de um concurso público.
Alguém vai ter de ocupar as vagas e estudamos para que sejamos nós”, diz
Eduardo. O jovem diz que encara uma rotina pesada de estudos, inclusive
aos fins de semana quando participa de simulados. Para ele, o candidato
que quer estudar medicina precisa estudar mais do que os outros, ir
além e não errar. “Décimos de pontos decidem os que entram ou ficam fora
da universidade.”
Diogo Silva Lira conta que
neste ano abdicou de atividades de lazer, como jogos de futebol e saída
com os amigos. “Procuro não me importar com os dados [da concorrência]
porque o resultado é individual, depende de cada um. E se eu me
preocupar muito com isso pode ser que me prejudique nas provas.”