As três mais importantes listas de avaliação (rankings) das universidades do mundo inteiro são as do News & World Report, dos Estados Unidos, o THE (da revista Times Higher Education), do Reino Unido, e o ARWU, da China, da Universidade Jiao Tong.
No britânico, a mais bem classificada das universidades brasileiras, a USP, conseguiu, neste ano, a posição 178. No ranking dos chineses aparece em posição melhor. Na segunda-feira, o Brasil tomou conhecimento de um novo ranking, o RUF -, Ranking Universitário da Folha.
A avaliação de 232 instituições universitárias do país chega com o aval do grupo de comunicação Folha de São Paulo, com participação decisiva do seu instituto de pesquisa DataFolha. A metodologia desenvolvida pelo jornal e sua equipe apontou a USP como a mais bem qualificada das universidades brasileiras. A pior, a Universidade do Estado de Roraima.
Na classificação das dez primeiras universidades, depois da USP aparecem a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em sexto lugar. A surpresa é a nossa UFPR, em sétimo lugar. Depois, a UNB, de Brasília, a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal de Pernambuco.
PARANÁ FICA BEM
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Biblioteca da PUCPR
Há quatro aspectos que compõem a análise do RUF em sua lista geral (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e inovação0). A USP ganha em todos, com exceção de inovação, cujo primeiro lugar coube a Unicamp. Entre as 10 primeiras universidades na lista geral, cinco são do Sudeste, 3 do Sul, 1 do Centro-Oeste e 1 do Nordeste.
A Universidade Federal do Paraná está bem no retrato do RUF, aparecendo em sétimo lugar, na frente, imediatamente, da UNB, a Universidade de Brasília (oitavo lugar) e da UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina (nono lugar).
Também os parabéns ficam para a UEM, Universidade Estadual de Maringá, que obteve a décima nona classificação, enquanto a UEL, a Universidade Estadual de Londrina classificou-se em 25 lugar.
Para os que não acreditam que possa haver qualidade comprovada no ensino superior privado, a confirmação de qualidade da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), classificada em vigésimo sétimo lugar, foi muito bem recebida por mestres e alunos da instituição mantida pelos maristas. Para que melhor se avalie essa posição da PUCPR: ela ficou melhor posicionada do que instituições de acatamento nacional, como a Universidade Federal de Uberlância (28), Lavras (30)Mackenzie, Universidade Federal do Espírito Santo (32). E a PUCPR posicionou-se melhor do que a Unisinos, mantida pelos jesuítas,em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, classificada em trigésimo terceiro lugar.
MELHOR QUE A PUCSP
A PUC de São Paulo parece atravessar má fase, o que teria se confirmado na avaliação do RUF, que a coloca em quadragésimo sétimo lugar entre as universidades brasileiras. Assim, a PUCPR superou a sua congênere paulista, sendo as duas reconhecidas como de direito pontifício (Papal) pela Santa Sé. A PUCPR é mantida pelos irmãos maristas, a PUC DE SP, pela Fundação São Paulo,diretamente ligada à Arquidiocese Católica de São Paulo.
Mas de todas as universidades privadas a mais bem classificada é a PUC do Rio de Janeiro (13 lugar), mantida pelos jesuítas, tradicionais educadores. Ela é reconhecida nacionalmente pela qualidade de seus cursos de economia, engenharias e física, especialmente.
COMPARE OS NÚMEROS
Para o leitor comparar: a USP obteve no RUF 54,38 no item qualidade de pesquisa; 19,78 na avaliação do mercado, 19,68 em qualidade de ensino, 4,95 no indicador de inovação; ficou com a pontuação final de 98,78. A UFPR obteve, na mesma ordem, os seguintes escores: 50,03, 18,06, 7,06, 4,74, 79,88. AUEL, décima nova classificada, obteve o seguinte escore: 47,60, 9,67, 3,30, 4,32, 64,89.
Resumo: o ensino universitário paranaense não está mal nersse ranking, o RUF, da Folha de São Paulo, trabalho que merece ser bem conhecido, estando seus números e metodologia à disposição dos interessados na página da FSP na web.
PROFESSORES OPINAM
Segundo professores universitários ouvidos pela coluna, nenhum presente poderia ser melhor, no ano do centenário da UFPR, do que a sua colocação em sétimo lugar entre as instituições de ensino superior do país, conforme o ranking divulgado pela Folha de S.Paulo. Eles admitem que, por melhor que sejam, os critérios sempre são relativos e qualquer ranking, independente da metodologia adotada, pode envolver distorções. Anteriormente, lembram, nossa centenária Universidade foi avaliada pelo pŕoprio MEC e não se posicionou tão bem, pois foram consideradas apenas as notas dos alunos que participaram do Enade, o número de docentes com doutorado e as notas da pós-graduação.
METODOLOGIA AVANÇADA
A pesquisa do jornal paulista, supervisionada pelo coordenador acadêmico da base Scielo, que reúne 260 periódicos científicos nacionais, aplicou metodologia inédita, baseada em rankings internacionais, como o ranking global THE (Times Higher Education), o QS (Quacquarelli Symonds) e a ARWU (ranking de Xangai), adaptados ao contexto brasileiro. Não se pode duvidar de sua cientificidade, afirmam os professores ouvidos pela coluna, esclarecendo que os resultados também não podem ser vistos como uma verdade absoluta, fora de qualquer questionamento. São resultados sempre aproximados, mas essa aproximação ao que há de real é um parâmetro muito útil para compreender melhor o panorama do ensino universitário no Brasil atual.
UFPR: POSIÇÃO BEM SÓLIDA
Defendem, assim, o ponto de vista de que a boa inserção da UFPR no ranking, como a quarta melhor universidade federal, revela muito bem o papel de destaque por ela protagonizado entre as instituições públicas de ensino superior, já com o acervo de cem anos de existência.
Para os mestres ouvidos, além da Federal, é igualmente importante o posicionamento de outras sete universidades paranaenses , colocadas entre as 100 melhores do país e outras 3 entre as melhores 150 e mais duas entre as melhores duzentas. Notável é o papel de destaque da PUC/PR (27a), como a terceira melhor Universidade particular do país, logo em seguida às suas congêneres do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
AS OUTRAS DO PARANÁ
Assim, diante dos números apontados pelo RUF, os professores ouvidos pela coluna, depois de ressaltarem as posições da UEL e UEM lembraram que a de Ponta Grossa, Unioeste e Unicentro figuram entre as 100 melhores. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (ex-CEFET) ficou em 77o, enquanto a Universidade Positivo é a particular não-confessional melhor posicionada do Paraná, como 106a. colocada.
Outras paranaenses constantes do “ranking” são a Unipar (131a), a Tuiuti (132a), a Uenp (170a. ) e a Unila (179a.). Segundo os mestres, a pesquisa da Folha – mesmo que seus resultados sejam sujeitos ao relativismo – vem suprir uma lacuna, já que o MEC tem feito uma avaliação mais limitada das instituições, estabelecendo um IGC (Índice Geral de Cursos). Os países mais avançados, como EUA, China e Alemanha, fazem rankings nacionais, como o que acabou de ser divulgado.