Saber mais de um idioma no mundo globalizado atual é pré-requisito para construir uma carreira profissional de sucesso. Segundo os especialistas, o mercado de trabalho já exige, em várias áreas, o domínio de uma terceira língua.
O estudante de Engenharia Civil, Guilherme Fonio Abiko, sabe que o conhecimento em três idiomas lhe proporcionará muito mais chances de ascensão profissional. Aos 19 anos, ele é formado em inglês e está prestes a concluir o curso de japonês. “O mundo fala mais de uma língua, por isso, é preciso acompanhar essa realidade para não ficar para trás”, opina.
Abiko é um dos 130 alunos do Centro Kakogawa-Maringá de Línguas Estrangeiras da Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), que recebe estudantes a partir dos três anos de idade.
De acordo com a professora de japonês Sônia Ikuta, quanto antes forem matriculados, mais fácil e rápido é o aprendizado e melhores são as chances de estarem aptos para uma boa oportunidade de emprego.
A professora explica que há várias empresas no Brasil que necessitam de profissionais com o domínio da língua japonesa para recepcionar executivos e articular negócios com empresários nipônicos.
“Sempre que o consulado do Japão necessita de alguém que fale fluentemente, ele entra em contato com a escola que realiza o encaminhamento”, afirma.
Além dos que pretendem ficar no Brasil, Sônia destaca que outro perfil de estudantes do Centro Kakogawa-Maringá é composto por descendentes que querem trabalhar ou incrementar ainda mais o currículo com cursos fora do País.
Willian Hiroki Akamine, 26, é formado em Engenharia da Computação e fala tanto o japonês como o inglês. É pensando em se especializar na área de Tecnologia da Informação que ele vai, ainda este mês, iniciar um mestrado de dois anos no Japão.
“Ainda não sei se ficarei por lá ou retornarei depois que tiver concluído os estudos. O que sei é que na minha profissão falar mais de duas línguas e estar sempre atualizado é imprescindível”, ressalta.
Básico
Ingrid Fontanini é coordenadora de Tradução do Instituto de Línguas da
Universidade Estadual de Maringá (ILG-UEM), que oferece cursos de
inglês, alemão, francês, italiano e espanhol. Para ela, a falta de ter
pelo menos o segundo idioma é o principal entrave para o crescimento na
carreira.
“Há casos em que um profissional é competente na função, responsável, dedicado, mas, por não ter intimidade com uma língua do exterior, em especial o inglês, muitas vezes, é eliminado logo na primeira fase de um teste seletivo e nem tem a chance de mostrar seu conhecimento”, diz.
Ingrid ressalta que se engana quem pensa que a restrição no mercado de trabalho para o monolíngues se dá apenas nas grandes capitais brasileiras e em organizações multinacionais.
“Em Maringá existem empresas de médio e grande porte de comércio
exterior e escritórios que efetuam transações internacionais, por
exemplo, cuja necessidade de um colaborador bilíngue é fundamental”,
elenca ela.
Independente se o profissional vai lidar ou não diretamente com pessoas
de outros países, a coordenadora de Tradução lembra que os benefícios de
dominar ao menos o inglês se estende a todos.
“Grande parte dos programas de computador é disponibilizada em línguas estrangeiras assim como todos os artigos científicos. Saber o inglês é ter acesso à ciência e ao conhecimento”, assegura.
Conforme calcula a especialista em idiomas, o ILG-UEM tem cerca de 1.500 alunos, número que, acrescenta ela, poderia ser ainda maior se o instituto tivesse mais professores.
“Toda vez que o período de matrículas se encerra há cerca de 400 estudantes que ficam na fila de espera por não termos o número de docentes suficiente para atender a todos”, completa.
http://www.blogdajoice.com/2012/09/terceira-lingua-ja-e-exigencia-do-mercado/