As aulas na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no campus de Umuarama, voltaram nesta terça-feira (17), mas correm o risco de serem paralisadas por tempo indeterminado se não houver um acordo entre o Governo Estadual e as instituições públicas estaduais.
Ontem (18), os técnicos e docentes da UEM realizaram um protesto como forma de reivindicar a falta de contratação de novos servidores e a readequação do plano de carreira, cargos e salários. Todos os funcionários dos sete campi da UEM paralisaram seus serviços e as aulas ficaram suspensas durante todo o dia. Somente em Umuarama foram mais de 200 profissionais envolvidos no protesto. Nesta paralisação, houve a transmissão da assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar). Na oportunidade foram discutidas as propostas do governo do Estado e a decisão dos servidores públicos em relação aos propósitos estabelecidos.
As propostas encaminhadas pelo Estado estavam em desacordo com as exigidas pelos profissionais. Segundo o técnico em informática da UEM de Umuarama, Odair José Machado, há um mês foi elaborada uma contraproposta enviada pelo Governo Estadual aos professores e técnicos. “Nessa contraproposta havia retrocessos, além da exigência do Governo em contratar serviços terceirizados para as universidades, principalmente na área de vigilância”, relata Machado.
O governo do Estado sugere a redução de 15% em relação à readequação do plano de carreira. Anterior a esta proposta, 60% dos profissionais graduados poderiam obter esse benefício. Hoje, o governo só realizará esse processo se houver exoneração de um funcionário ou falecimento. Essa proposta não foi aceita pelos técnicos e docentes da UEM. “Além disso, a falta de profissionais para os novos cursos é um grande problema que atinge a universidade. Já foram abertos três novos cursos aqui em Umuarama e nenhum docente foi contratado para suprir essa demanda”, afirma Machado.
SEM CONCURSOS
De acordo com o técnico, a realização de concursos públicos para o ingresso de novos professores na instituição não acontece há quatro anos. Já para a contratação de novos técnicos, o último concurso público ocorreu há 10 anos.
Ele lembra que muitos professores estão sem a sua efetivação, mesmo tendo sido aprovados em um concurso público. Esses docentes são considerados apenas professores colaboradores, ou seja, realizaram um teste seletivo com duração contratual de dois anos para ministrar suas aulas até o fim do contrato. “Isso prejudica os alunos porque a cada projeto iniciado por esses professores há uma interrupção, pois não conseguem terminar o trabalho até o final de seu contrato. Vários projetos possuem uma duração de até 10 anos de estudos e pesquisas, o que dificulta ainda mais dar continuidade a eles”, ressalta Machado. Ao encerrar a contratação dos professores, os alunos da universidade têm as aulas interrompidas.