Pesquisadores brasileiros criaram um leite humano em pó com a mesma qualidade, sabor, propriedades nutritivas, biológicas e com prazo de validade maior.
O estudo ganhou o primeiro lugar na 19ª edição do Prêmio Péter Murányi, que incentiva descobertas ou projetos científicos mundiais em relação à saúde, alimentação, educação ou desenvolvimento tecnológico, que beneficiem o desenvolvimento das pessoas.
O projeto, feito pelos pesquisadores Vanessa Bueno Javera Castanheira e Jesuí Vergílio Visentainer, estuda a conversão do leite pasteurizado em pó. O prêmio será entregue no dia 28 de abril, em São Paulo.
A pesquisa funciona em dois processos: liofilização e atomização. Na liofilização ocorre um processo de desidratação, onde o leite é congelado sob vácuo e o gelo formado é sublimado, podendo durar até 30 anos. No geral, é utilizado em alimentos que apresentam um alto teor de água.
Já o processo atomização consiste em submeter o leite a uma corrente controlada de ar quente. O calor pulveriza o produto dentro de uma câmara, o que provoca a evaporação dos solventes, em geral água, que separa de maneira ultra-rápida os sólidos e solúveis.
Com o trabalho, o pesquisadores acreditam que o produto em pó tem condições de atender à demanda dos bancos de leite materno que vivem com problema de falta de estoque. Isso permitiria aumentar o número de bebês de até seis meses de idade que se alimentariam com leite materno.
A presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, promotora do prêmio, afirma que o leite humano em pó pode ser uma opção clínica e social na manutenção e ampliação do aleitamento materno.