A redação de O FATO MARINGÁ realizou uma transmissão AO VIVO na Câmara Municipal de Maringá com objetivo conhecer e tornar públicas, as opiniões dos legisladores maringaenses a respeito da aprovação das cotas na Universidade Estadual de Maringá - UEM.
Apesar do tema ter encontrado um terreno muito fértil para obter aprovação na UEM, alguns vereadores não concordam parcialmente e outros discordam totalmente da solução encontrada.
Abaixo um resumo dos comentários dos vereadores. As entrevistas completas podem ser assistidas no vídeo acima gravado ao vivo e sem cortes:
CHICO CAIANA - PTB - "As pessoas devem ter direitos iguais, independente de cor, raça, temos que olhar da mesma maneira. A solução encontrada é uma forma de ajudar as pessoas mais pobres e menos protegidas. A decisão é um avanço para diminuir a desigualdade social.
FLÁVIO MANTOVANI - PPS - "Seria uma hipocrisia dizer que não existe essa condição racial no país. As pessoas que acham que acham que existe uma igualdade total entre todos estão erradas. Vivemos em um contexto histórico em que tudo o que foi feito até hoje foi para puxar um para baixo e o outro para cima, então quando se fala em cotas, é necessário entender que é algo que serve para se fazer ajustes, um dia isso acabará, mas a gente tem que dizer que igualdade é uma coisa e justiça é outra. Igualdade é ter todos dentro das mesmas condições e justiça é você tratar com desigualdade os desiguais, ou seja, quem tá um pouco abaixo você ajuda a subir e quem tá um pouco acima tem que ceder. De fato mesmo sou à favor de cotas sociais. Tem muita gente pobre que precisa e tá pagando faculdade privada enquanto muitos com seus carrões importados que poderiam pagar uma faculdade privada pois são ricos, frequentam a UEM.
MÁRIO VERRI - PT - "Foi um dia histórico para Maringá, em uma decisão que chega atrasada já que todas as outras universidades estaduais já implantaram o regime de cotas mas que finalmente promove justiça. Temos que privilegiar quem tem menos e dar oportunidades para todos. No país em que vivemos e no momento que vivemos, é notória a desigualdade e todo mundo sabe que quem pode estudar em colégios particulares recebem melhor instrução do que quem estuda nas escolas públicas".
ODAIR FOGUETEIRO - PDT - "Eu sou favorável, sempre fui favorável às cotas. Acompanhei a questão que já se discutia há muito tempo sem que houvesse solução e agora finalmente se obteve êxito. Achei muito bacana. Muitas vezes a discriminação não é visivel. É raro entrarmos em um Banco e encontrarmos um gerente negro e isso acontece pois existe discriminação. Sou contra a discriminação".
MÁRIO HOSSOKAWA - PP - "Fico feliz porque a maioria que estava lá torcia pela aprovação; por outro lado, penso que tanto brancos, negros, amarelos, todos eles tem o mesmo grau de inteligência. Acho que não deveria ter essa discriminação que cria cotas sociais para negros, porém como a maioria decidiu assim, é lógico que temos que ficar felizes porque se respeitou a vontade da maioria e temos que respeitar".
ALEX CHAVES - PHS - "A princípio não sou a favor das vagas serem divididas dessa forma, mas respeito a posição da universidade que acompanha a linha de pensamento de outras universidades do Estado. Não tive tempo para analisar em modo profundo a proposta aprovada, mas a princípio sou contra essa distribuição de cotas na forma em que foi apresentada".
SIDNEI TELLES - PHS - "Temos mais de 65% de negros na nossa sociedade, todos nós temos origens negras se voltarmos um pouco no passado, e percebemos que o negro enfrenta muito mais a pobreza, as desigualdades e até mesmo os cárceres, então a sociedade precisava fazer alguma coisa. A questão é, encontrar a solução justa. A universidade crê que criando vagas para os negros pagará essa divida histórica. Eu não acredito nisso, apesar de achar muito valioso. Gostaria que o governo investisse mais nas escolas de base e na UEM já tínhamos as cotas sociais. Eu não tenho convicção disso, me parece uma solução política do que efetiva na transformação da sociedade".
ONIVALDO BARRIS - PHS - "Eu preferirira que se investisse muito mais na base escolar do que nessa medida que me parece muito mais social do que educacional. Penso que o negro tenha tanta competência quanto o branco, se não fosse assim não teríamos tido um negro como juiz do STF como foi o Joaquim Barbosa. A princípio sou favorável a tudo que se faz para melhorar a sociedade. Tomara que seja um marco positivo a favor dos negros".