Depois de vencer esse desafio, ela diz que ganhou ânimo e, pouco depois de se formar em Pedagogia, deu início à pós-graduação em Gestão Educacional. ''Penso em depois fazer mestrado e quem sabe até doutorado.'' Joelma lembra que o início da faculdade foi muito difícil e no primeiro ano do curso pensou em desistir e voltar para sua aldeia, localizada no Norte do Paraná. Um dos maiores desafios foi se acostumar à rotina de horários das aulas e também com o fato de pegar o ônibus urbano para chegar até a UEM. ''No primeiro ano estava com dificuldade de me adaptar e estudar. Só não parei porque meu marido me incentivou disse para tentar mais um ano. Ainda bem que ouvi o conselho dele'', destaca. Mesmo assim, Joelma conta que ainda tem dificuldade de se acostumar com trânsito da cidade. Para ela, é tudo muito rápido e barulhento. No começo, ela também encontrou obstáculos com os amigos de turma, mas com o tempo tudo foi superado. A pedagoga vive no Centro Cultural Indígena da UEM, onde existem cinco casas para abrigar estudantes de tribos do Paraná e também artesão que passam pelo município. Assim como ela, outros integrantes da tribo também estão cursando a faculdade. Segunda ela, o fato de ter ficado muito tempo sem estudar para criar sua família atrapalhou no começo, mas graças ao sistema de cotas para índios, criado em 2001, conseguiu ingressar na faculdade. Assim como Joelma, outros descentes cursam hoje na UEM faculdades de Pedagogia, Administração, Medicina, Enfermagem, Ciências Sociais, Informática, Farmácia e Direito. Ela explica que praticamente todos eles procuram cursos que possam ser usados depois dentro das aldeias. ''Nosso objetivo é depois usar esse conhecimento dentro a aldeia e ajudar outras pessoas. Escolhi Pedagogia pensando nisso'', ressalta. Joelma afirma incentivar outros membros da tribo a cursarem a faculdade, principalmente seu filho. Ele pretende fazer o vestibular no próximo ano, mas ainda não sabe qual carreira vai seguir. |