Câmara vota hoje legislação que proíbe venda e consumo de bebidas alcoólicas na região do câmpus
Se aprovada, a lei já entrará em vigor já para o próximo vestibular da UEM, que vai de 6 a 8 de julho. O número de inscritos foi de 22.411 candidatos, sendo que mais de 17 mil somente em Maringá, divididos em sete locais de provas.
A autora do projeto de lei, vereadora Marly Martin (DEM), diz que a lei atende às reivindicações dos moradores do Jardim Universitário, que sofrem com o barulho e algazarra na época das provas. Essa lei vai garantir um pouco de paz e sossego aos moradores do bairro, disse a vereadora.
Para dona Maria Fuza, a lei é bem-vinda, pois em época de vestibular, a bagunça é grande e causa insegurança. Já tive um parente que veio fazer vestibular e acabou perdendo a hora e a prova por causa de festas, disse. Por meio de sua assessoria de comunicação, a UEM afirma que qualquer lei que venha oferecer segurança e vantagens aos candidatos é proveitosa.
Porém, não são todos que apóiam a lei. Os comerciantes da região temem que o movimento menor prejudique as vendas e que as contas fiquem atrasadas. Um comerciante, que prefere não se identificar, diz que dobra seu faturamento na época do vestibular e que as provas ajudam a manter o fluxo de caixa em dia. Ele diz que para os festeiros a lei não vai adiantar em nada. Eles não vão beber aqui no bar, mas podem beber dentro de suas casas, nas repúblicas. E, quando acabar a cerveja, vão buscar mais no mercado, observou.
Os estudantes reforçam o time dos que são contra essa lei. Segundo Rafael Siqueira, aluno do curso de Administração da UEM, a lei de nada vai adiantar e somente prejudicará os comerciantes. Ninguém vai deixar de beber. Se não for aqui (região da UEM) vai ser em outro lugar, e tudo vai continuar do mesmo jeito, opina.
No último vestibular da UEM, durante uma blitz nos arredores da universidade, houve confronto entre vestibulandos e uma força-tarefa organizada entre a prefeitura e a Polícia Militar. A ação havia sido realizada com o intuito de garantir o sossego dos moradores do bairro. Durante uma ação, um estudante chegou a ser ferido por um tiro de bala de borracha disparado pela polícia em direção aos manifestantes.
Regra pode ser usada em outros locais da cidade
A fiscalização da nova lei, caso ela seja aprovada e passe a vigorar, deverá ser feita por meio de um trabalho conjunto entre o poder municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Florestal e Conselho Municipal de Segurança. O perímetro estabelecido pela lei é formado pelo quadrilátero Avenida Colombo, Rua Vitória, Rua Quintino Bocaiúva e Avenida Morangueira.
A vereadora Marly Martin, autora do projeto de lei, afirma que a proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas primeiramente será aplicada à região da UEM. Mas ela afirma que, caso sejam alcançados resultados positivos, outros locais de provas e instituições também se enquadrarão no esquema. Será um piloto, veremos como funcionará. Se tiver bons resultados, essa lei poderá ser expandida para os outros locais onde são realizadas as provas, diz a vereadora.