A retirada de dezenas de árvores tem chamado a atenção de pessoas que frenquentam trechos do Cinturão Verde, em Cianorte. Embora pareça depredação (foto), a remoção de espécies exóticas - que não fazem parte da mata nativa - está sendo feita pela Brigada Florestal. As árvores estão sendo substituídas por espécies nativas e a mata também está ganhando uma cerca.
Um cenário que sugere devastação, com a retirada de dezenas de árvores, tem chamado a atenção de várias pessoas que frenquentam trechos do Parque Cinturão Verde, em Cianorte. Alguns até têm mantido contato com a Secretaria do Meio Ambiente, para denunciar a depredação da mata nativa. Porém, a retirada das árvores está sendo feita pela própria Brigada Florestal, sob a determinação da secretaria. São espécies exóticas, como a leocena, que não fazem parte da flora local.
Nesta semana, o secretário municipal de Meio Ambiente, Ícaro Monteiro Maranhão, concedeu uma entrevista explicando detalhes do trabalho. Existe um Plano de Manejo elaborado por professores e pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) com várias diretrizes que precisam ser seguidas, para a preservação do Cinturão Verde. Uma delas é a retirada de espécies exóticas, como a leocena, que foi trazida ao Paraná pela Emater, informou o secretário.
Maranhão destaca que a árvore tem os seus atrativos. A principal função seria a fabricação de ração. A espécie oferece grande quantidade de proteínas e apresenta outras qualidades, como boa madeira. Mas por ser tornar uma árvore grande e vistosa, também produz muitas sementes e acaba dominando o local onde está inserida, impedindo que outras espécies, principalmente nativas, possam ocupar seus lugares comentou.
A retirada das espécies exóticas é lenta, acrescentou o secretário. Temos apenas uma equipe para fazer o trabalho. Estamos concluindo a retirada destas árvores nas margens da mata localizada na Avenida Minas Gerais e paralelamente uma equipe da Brigada Florestal está plantando mudas nativas, além de um cercado para proteger o local, disse.
O secretário também afirmou receber constantemente reclamações de que pessoas estariam utilizam a mata de forma suspeita. Com a cerca teremos mais segurança para os freqüentadores da pista de caminhada, reforçou. A reposição de árvores nativas faz parte de um projeto que prevê o plantio de 80 mil mudas. No ano passado foram plantados 10 alqueires com espécies nativas. Agora estamos fazendo um replantio nesta área e também plantando novas mudas em mais 10 alqueires, com recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente, afirmou.
Outros desafios para o futuro, destaca o secretário, são a ampliação do efetivo da Brigada Florestal e a construção de um centro para tratamento de animais do parque. O orçamento destinado através do ICMS Ecológico está em R$ 1,2 milhão por ano e deve receber um aumento para o próximo exercício. Depois de feitas as melhorias exigidas no plano de manejo, poderemos ter maior repasse do ICMS Ecológico e poderemos investir ainda mais no parque, completou Maranhão.