Proibição de festas gera manifesto de estudantes
- O Diário do Norte do Paraná
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Universitários de Maringá pretendem criar uma
entidade para responder ao que classificam de perseguição da prefeitura,
que decidiu barrar alvarás para eventos em chácaras. A assembleia de
criação da Associação Universitária de Maringá (Assuma) deverá ser
marcada para esta semana.
Em manifesto publicado em perfil no Facebook, o grupo acusa o prefeito Silvio Barros (PP) de xenofobia.
"Todos têm acompanhado a perseguição que o prefeito de Maringá tem promovido contra os universitários em geral, principalmente os oriundos de outras cidades, numa nítida atitude xenofóbica", diz o manifesto.
No mês passado, o prefeito chegou a admitir que a prefeitura tem dificultado a organização de eventos em chácaras da cidade. Com a negativa sistemática às festas no município, promotores têm de transferir os eventos para municípios da região.
Os universitários estão descontentes com o que consideram desqualificação feita pelo prefeito, que teria se referido a eles como "baderneiros", entre outros adjetivos desagradáveis. Eles culpam a administração municipal pelas leis que proíbem o consumo de bebidas alcoólicas nos períodos de vestibular e nos arredores da universidade, bem como as ações da Polícia Militar em bares e festas realizadas na Zona 7.
O estopim foi a proibição de uma festa no último sábado, de responsabilidade de dois centros acadêmicos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Agronomia e Zootecnia, e uma empresa de organização de eventos.
O grupo alega que o evento é um dos únicos meios de juntar fundos para realizar atividades acadêmicas e que os centros buscaram a parceria com uma agência de eventos legalmente estabelecida, que preenchia todas as exigências de outros órgãos de segurança e fiscalização.
O evento, que seria realizada no mesmo local onde antes já haviam sido liberadas festas do tipo não aconteceu "porque a prefeitura, sem qualquer amparo legal, decidiu que simplesmente não mais vai liberar eventos universitários, ao arrepio da lei e do princípio da legalidade, impessoalidade e da livre iniciativa".
O líder do movimento estudantil não foi localizado para comentar o manifesto, mas diversos centros acadêmicos da UEM já foram contatados e pretendem aderir à nova associação.
A empresa Euphoria Marketing e Eventos publicou nota sobre o cancelamento da festa, a Agrozoo, que seria realizada na Chácara Paraíso, mas teve alvará negado. A empresa classifica a atitude da prefeitura como arbitrária e adiou a festa para a próxima sexta-feira, num local não apropriado para o porte do evento.
"A festa é para 1,5 mil pessoas e este novo local é para 4 mil, por isso é mais caro", comenta João Vitor Mazzer, da agência Euphoria. "O preço de locação não é o ideal para o orçamento e o lucro da festa vai diminuir 40%", completa.
O presidente do Centro Acadêmico José Lutzenberger (Agronomia-UEM), Bruno Martins Rosa, afirma que a mudança alterou sua programação.
"Teremos que colocar 300 pessoas a mais para cobrir o prejuízo. Algumas pessoas devolveram os convites porque não estarão aqui na data", diz Rosa. Ele afirma que o lucro será revertido para a manutenção do centro acadêmico, que possui fontes de receita limitada.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Maringá para saber se há sistemática negativa para os alvarás de festas em chácaras. Mas não obteve retorno até fechamento desta edição.
Protesto na rede social
http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/426048/estudantes-se-revoltam-com-a-proibicao-de-festas/