Dois professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram punidos por assédio sexual contra alunas, segundo portaria divulgada nessa terça-feira (27). Ambos são do Departamento de História da instituição. Moacir José da Silva recebeu uma suspensão, sem remuneração, pelo período de 90 dias; e Itamar Flávio da Silveira foi punido com uma pena disciplinar de repreensão - aplicada por escrito em caso de desobediência ou falta de cumprimento dos deveres.
O reitor da UEM, Mauro Baesso, acolheu parcialmente o relatório final apresentado pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar. A sugestão era que Moacir fosse demitido e que Itamar recebesse a suspensão de 90 dias, sem remuneração.
Na portaria, Baesso explica: "Após detida análise do conjunto probatório, verifico que as sanções disciplinares sugeridas pela comissão processante não guardam proporcionalidade com as naturezas das infrações efetivamente comprovadas nos autos".
A reportagem do Diário entrou em contato com a Assessoria de Comunicação Social (ASC) da UEM, que informou que o reitor Mauro Baesso não vai se pronunciar sobre o caso.
Na manhã de ontem, estudantes protestaram na reitoria contra as penas determinadas por Baesso. Eles consideram que as punições são muito brandas. Os nomes das acadêmicas que fizeram a denúncia não foram divulgados.
A reportagem tentou contato o Diretório Central dos Estudantes (DCE) para comentar o assunto, mas não teve retorno.
A defesa de ambos os professores, o advogado Bruno Gimenes Di Lascio, informou que vai recorrer e publicou a seguinte nota: "Os professores tomarão todas as providências cabíveis para que não sejam alvo de patentes injustiças, tanto internamente, na Administração Pública, quanto externamente, no Poder Judiciário, para que a "caixa-preta" deste processo seja finalmente desmitificada". Por telefone, ele enfatizou: "Ainda vamos avaliar as medidas a tomar, mas certamente vamos, de algum modo, impugnar essa decisão.