ULISSES MAIA
Advogado, vereador e mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM)
O ano começa com uma forte onda de insatisfação vinda do cenário
econômico e que atinge a vida de cada um de nós brasileiros. O aumento
dos impostos aliado ao corte de gastos no setor público têm despertado
receio na população.
Será um ano ruim? Não são possíveis
conclusões precipitadas. Se por um lado estamos com medo dos
exorbitantes impostos, também temos cenários positivos, como, por
exemplo, a grande procura por mão de obra especializada em setores como o
de serviços. Ainda há um estado de pleno emprego no Brasil.
Mas o problema do Brasil não é tanto a economia. O que nos entristece e nos faz perder força é a corrupção.
Diante
de um país que sobrevive às inúmeras denúncias de desvios de dinheiro,
nos setores público e privado e também no terceiro setor, há duas
possibilidades para que possamos chegar ao fim de 2015 com dividendos
positivos.
Primeiro: ter uma visão realista e compreender que o
cenário não é dos melhores; segundo: empreender e ousar fazer o melhor
no ambiente que estamos e assim combater a corrupção.
Muitos
defendem a reforma política como a grande alternativa para resolver os
problemas do nosso País. Também somos favoráveis à reforma, mas o que
mais vai pesar nesta balança é a postura individual de nós políticos e
também de cada cidadão, incluindo aqueles do setor privado.
Por
mais que tenhamos leis e mecanismos que inibam práticas ilegais, o que
conta sempre é a idoneidade da pessoa, o seu caráter e como ela se
posiciona diante dos acontecimentos políticos que envolvem diretamente a
vida das pessoas.
É perceptível que, apesar de tantos casos de
corrupção, a porteira deste mal ainda não foi fechada. Em todas as
esferas há setores que afirmam que apesar de tudo que está acontecendo,
nada vai mudar e tudo vai continuar como está. Ou seja: a corrupção
permanecerá.
Por não concordar com esta lógica que parece estar
programada? Defendemos que a sociedade se envolva cada vez mais com a
política. Neste ponto, Maringá é uma cidade diferenciada. Aqui, nossas
instituições são fortes e presentes. E isso precisa ser valorizado. As
lideranças e representantes dos órgãos públicos não podem desdenhar das
nossas entidades. O controle social exercido por elas tem feito a
diferença no combate à corrupção.
Em um ano que começa com certo
pessimismo por causa do fracasso de determinadas estratégias políticas e
com tantos escândalos, vejo em Maringá uma possibilidade concreta de,
mais uma vez, sermos exemplo para o Brasil. Aqui, certamente o desafio
de 2015 será o de não assassinar o controle social de entidades como o
Observatório Social, Associação Comercial e Empresarial de Maringá
(Acim), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e as igrejas.
Um País melhor, um Estado melhor e uma cidade melhor começam com as nossas escolhas.
http://digital.odiario.com/opiniao/noticia/1263121/2015-de-grandes-desafios/