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Transparência é deficiente

Auditoria do TCE em 69 cidades aponta falhas no cumprimento da Lei de Acesso à Informação
Maringá é a 22ª colocada no ranking. Sarandi, na 60ª posição, tem o pior desempenho na região

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) nos portais da transparência de 69 prefeituras paranaenses, realizada em parceria com seis universidades estaduais, mostra que apenas Ponta Grossa, Assis Chateaubriand e Bandeirantes atendem mais de 50% das exigências da Lei de Acesso à Informação (lei federal 12.527/11). A conclusão do TCE-PR sobre o estudo é de que os municípios ainda precisam avançar para atender de maneira eficaz as exigências da lei.

Entre as cidades que integram a Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), Maringá, Sarandi, Mandaguari, Marialva e Paiçandu participaram da auditoria. Mesmo obtendo a melhor colocação da região, Maringá ocupa a 22ª posição no ranking de atendimento à lei, com 36,82% de cumprimento do que é solicitado. O resultado é inferior em 23,9%do alcançado pela primeira colocada, a Prefeitura de Ponta Grossa.

Além do ranking, a auditoria produziu uma avaliação individualizada da situação dos 69 municípios, com irregularidades encontradas e recomendações para solucioná-las, elaboradas com base no que determina a lei 12.527/11. No relatório final, a equipe aponta "a importância da adoção de medidas corretivas e a necessidade de avanços na transparência das ações municipais".

O presidente do TCE-PR, conselheiro Artagão de Mattos Leão, destaca que o objetivo da iniciativa não é punir os gestores públicos, mas orientar e capacitar para a adoção das melhorias necessárias.

Na avaliação da auditoria, a Escola de Gestão Pública do TCE-PR também deverá promover eventos de capacitação de servidores e gestores municipais e estaduais no atendimento à Lei de Acesso à Informação.

Três critérios foram considerados: transparência ativa (divulgação das informações mínimas obrigatórias por lei), transparência passiva (a estrutura e os procedimentos internos adotados para atender às solicitações de acesso à informação) e requisitos do site (se o portal é capaz de fornecer a informação de forma eficaz, eficiente e transparente).

A maior deficiência, conforme o estudo, está na transparência passiva, atendida por apenas 20% dos municípios pesquisados. A transparência ativa foi atendida por 32% das prefeituras. O indicador que melhor atendeu à LAI foi o de requisitos do site, com 40% do total.

"As prefeituras atenderam parcialmente à norma. Muitas informações de dados financeiros nós encontramos, mas seguindo a lei, avaliamos informações mínimas obrigatórias e vimos como é difícil a estrutura dos portais", conta Julyerme Matheus Tonin, professor de economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador do projeto na região.

Para o secretário de Controle Interno de Maringá, Rene Pereira da Costa, após o período de avaliação no ano passado o portal de Maringá já evoluiu com a implantação de novas ferramentas. "Temos avançado, mas ainda precisamos mais. Objetivo é conseguir alimentar as informações em tempo real", diz.

Sarandi, na 60ª colocação do ranking, teve a pior avaliação na região. O prefeito Carlos Alberto de Paula (PDT) garante que já montou uma força-tarefa para melhorar o acesso às informações. "Estamos contratando um técnico para ser o responsável pelo controle de alimentação do portal. Vamos melhorar."

 

http://digital.odiario.com/zoom/noticia/1257478/apenas-tres-cidades-atendem-50-da-lei-de-transparencia/