Economia de Maringá cresce 5,5% em 2012, ante 15,8% em 2011
Cidade mantém 5ª posição no ranking do PR, mas cai no nacional
O baixo desempenho da indústria em 2012 fez o Produto Interno Bruto
(PIB) de Maringá crescer menos, interrompendo a alta de "ritmo chinês"
vista desde 2009. A economia local expandiu 5,5% em termos nominais, bem
abaixo dos 15,8% verificados em 2011. Se descontada a inflação, houve
retração de 0,35% na atividade econômica em 2012.
Dos quatro
grandes grupos de atividades econômicas que compõem o PIB maringaense, a
indústria foi a única com variação negativa. Os três restantes,
agropecuária, serviços e administração, tiveram avanço, mas cresceram em
ritmo menor. Como resultado, a cidade caiu duas posições no ranking
nacional de municípios com maiores PIBs, ao sair da 61ª colocação para a
63ª. Embora tenha perdido espaço no cenário brasileiro, Maringá manteve
importância no Estado e na Região Sul, ao ficar em quinto e 12º lugar,
respectivamente. Os resultados do PIB 2012 por município foram
divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Na análise estadual, embora Maringá tenha permanecido
como a quinta economia mais importante do Paraná, houve um
distanciamento maior de Londrina, que está uma posição à frente. Se em
2011 havia diferença de R$ 1 bilhão entre a produção dos dois
municípios, em 2012 esse valor aumentou para R$ 2,5 bilhões. A
explicação para esse distanciamento está no fato de a economia
londrinense ter avançado 19,1% em termos nominais; quase quatro vezes
mais que a de Maringá. Dessa vez, o crescimento do PIB em "ritmo chinês"
ficou com Londrina.
Na projeção para o ano de 2012, feita pelo
economista Joilson Dias, professor da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), a expectativa era de que a atividade econômica avançasse 6%.
Foram projetados três cenários: no otimista, a produção interna
encerraria o ano com
R$ 10,8 bilhões; no conservador, R$ 10,4
bilhões; e no pessimista R$ 10,2 bilhões. "Em 2012, a economia estava
sentindo o reflexo internacional, apesar de ter sido um ano bom para os
produtos agrícolas."
As estatísticas revelam que o setor de
serviços, que também engloba o comércio, mais uma vez foi o motor da
economia local, representando 68,5% do PIB da cidade e avançando 7,2% de
2011 para 2012. Juntos, comércio e serviços empregam 69% dos
trabalhadores com carteira assinada em Maringá. "O setor vem puxando a
economia desde 2012."
O recuo de 3,9% na indústria, segundo Dias,
foi consequência do perfil das fábricas do interior. "Elas têm mercados
regionais e nacionais, mas como a economia nacional não foi bem, a
indústria também não." Para Carlos Walter, presidente do Sindicato das
Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Maringá, a
baixa no PIB industrial tem a ver com o custo da produção, que deixa o
produto nacional pouco competitivo, especialmente frente ao asiático.
"Tem alguma coisa errada. Por que não conseguimos ter preços
competitivos em um País com a quinta maior população mundial e de
mercado de consumo expressivo?" Sem mudanças na política de produção da
indústria, ele acredita que os próximos PIBs não terão números melhores.
"Provavelmente, podem até piorar."
Para o PIB 2013, a
expectativa é de índices animadores. Na análise feita pelo economista da
UEM, Maringá deve ver a economia crescer 8% – os resultados oficiais só
serão divulgados no final do ano que vem. Já as projeções para 2014 não
são nada animadoras: alta nominal de somente 3%.
http://digital.odiario.com/cidades/noticia/1244585/pib-de-maringa-cresce-mas-sai-do-ritmo-chines/