Orçamento neste ano é de R$ 26,6 milhões. Estado aprovou até este mês R$ 16,3 milhões
Reitoria afirmou que 'medida afeta apenas as despesas de custeio' da instituição de ensino
A Universidade Estadual de Londrina (UEL), por meio do Conselho de
Administração (CA), anunciou nesta semana, que a instituição de ensino
passa por dificuldades financeiras e que, por isto, haverá cortes e
remanejamento de recursos repassados pelo governo do Estado. O motivo
seria a queda na arrecadação pelo Paraná e atrasos em cumprimento de
envio de dinheiro previsto no orçamento deste ano.
De acordo com o
informativo do CA para a comunidade universitária, o orçamento para
2014 para a manutenção da UEL é de R$ 26.634.791,00. Mas o Estado
aprovou até este mês, valor de R$ 16.339.716. Quanto à liberação dos
recursos para as despesas empenhadas, R$ 11.870.116,50 dos R$ 26,6
milhões previstos foram transferidos, segundo a instituição.
No
dia 17 de outubro, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) emitiu
resolução, determinando a redução de 30% das despesas no orçamento do
Estado para o período de outubro de 2014 a janeiro de 2015. E com isso,
conforme a UEL, a programação orçamentária do 4º trimestre sofreu corte
de 27,03%.
A reitora da UEL, Berenice Quinzani Jordão, informou
que a medida afeta apenas as despesas de custeio da instituição e que
foi tomada para evitar que o setor acadêmico seja comprometido no final
de ano letivo. Por isso, estão sendo reprogramados mais de R$ 570 mil
para a manutenção da instituição. "As dificuldades são grandes neste
momento e o Conselho de Administração resolveu reprogramar os recursos
para manter o máximo das nossas atividades", comentou Berenice,
lembrando que em alguns casos haverá pagamento por precatórios. "Estamos
priorizando os compromissos que tragam menor impacto para a nossa
produção acadêmica", enfatizou.
Na tentativa de encontrar uma
saída para esta situação, a reitora disse que as universidades estaduais
estão realizando reuniões com a Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia (Seti), que faz o intermédio com a Sefa sobre as
reivindicações dos reitores. Uma reunião deve ser agendada para os
próximos dias com o governador Beto Richa (PSDB). "Cada instituição é
afetada de uma maneira diferente e tem procurado realizar medidas
compensatórias. A nossa postura é evitar a maior parte em prejuízos à
área acadêmica."
Sobre o Hospital Universitário de Londrina,
Berenize disse que o repasse da maior parte dos recursos está garantido,
uma vez que a legislação é específica para a saúde. "Desta forma está
sendo aplicada quase que a totalidade dos recursos. Mas não há como
negar que há comprometimento em parte do orçamento do setor, como
compras de materiais. Estamos tentando minimizar os gastos que são do
cotidiano."
UEM
O reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Mauro
Baesso, diz que a instituição, a exemplo d UEL, sofre com a redução de
30% e tem atrasos nos repasses . "Como a situação já se mostrava difícil
no decorrer do ano, nos precavemos, fomos restringindo as compras, mas
estamos no limite", declara. A UEM, segundo ele, está conseguindo honrar
os compromissos. "Os empenhos de coisas não realizadas estão suspensos,
mas os já realizados estão sendo pagos em dia."
SITUAÇÃO
"As dificuldades são grandes neste momento e o CA resolveu reprogramar os recursos."
BERENICE QUINZANI JORDÃO
Reitora da UEL
http://digital.odiario.com/parana/noticia/1233765/uel-anuncia-cortes-de-gastos-por-atrasos-em-repasses-de-verbas/