Pesquisa divulgada ontem, pelo Banco Central, aponta para expansão de 0,24% da economia
Já a projeção para o IGP-M, índice usado para calcular a inflação, subiu de 3,09% para 3,13%
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 na pesquisa de
mercado Focus, divulgado ontem, pelo Banco Central, apresentou ligeira
queda, passando de 0,27% para 0,24%, a menor desde 2009. Um mês atrás, a
expectativa também era de um avanço de 0,24%.
As previsões do
mercado foram coletadas BC por meio de pesquisa com mais de 100
instituições financeiras. Os economistas, mesmo com previsões ruins para
este ano, continuam a acreditar em alguma retomada da atividade no ano
que vem e mantiveram a taxa mediana para o período inalterada em 1,00%.
Esta é a quarta semana consecutiva que essa previsão se mantém.
Conforme
a pesquisa, o setor manufatureiro terá retração de 2,17% este ano,
previsão ligeiramente melhor que a da semana passada, quando a projeção
estava em queda de 2,24%. Vale lembrar que um mês antes, a expectativa
era de uma diminuição da atividade de 2,14%. Para 2015, a previsão é de
recuperação do setor, que deve ter expansão de 1,42% - mesmo número do
documento anterior. Um mês antes a previsão era de 1,40%.
Os
analistas mantiveram em 35,25% suas estimativas para o indicador que
mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014.
Um mês antes estava em 35,00%. Já o ponto central da pesquisa para a
relação em 2015 subiu de 35,75% para 35,80% de um levantamento para o
outro. Quatro semanas antes, no entanto, estava em 35,50%.
Inflação
O mercado financeiro está esperando uma inflação maior
para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que corrige a maioria
dos contratos de aluguel, e uma desaceleração no Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Segundo
o boletim Focus, a projeção para o IGP-M subiu de 3,09% para 3,13% em
2014. Um mês antes, a expectativa era de alta de 3,49%. Para 2015, a
projeção segue em 5,50% por sete semanas. Para o Índice Geral de Preços -
Disponibilidade Interna (IGP-DI), a previsão está inalterada em 3% para
2014 e em 5,52% para 2015 - há quatro semanas as estimativas eram de
3,63% e 5,50%, respectivamente.
A pesquisa também mostrou que a
previsão para o IPC-Fipe, em 2014, caiu de 5,34% para 5,27%. Há um mês, a
expectativa estava em 5,38% Para 2015, a projeção segue em 5,48%. Um
mês antes a expectativa era de 5,59%.
Em relação aos preços
administrados (tarifas públicas), a Focus mostrou que as expectativas
para 2014 ficaram congeladas em 5,15%, ante taxa de 5,20% de um mês
atrás. Para 2015, a mediana das projeções está estacionada em 7,00% há
doze semanas.
Déficit
O mercado financeiro reduziu a previsão para o rombo das
transações correntes em 2014. A mediana das projeções para esse
indicador estava em US$ 81,50 bilhões na semana passada e agora ficou em
US$ 81,00 bilhões. Um mês atrás, a mediana das estimativas era de US$
80,50 bilhões. Para 2015, a mediana das estimativas continuou no patamar
negativo de US$ 75,00 bilhões, o mesmo nível verificado na semana
passada. Quatro semanas atrás estava em US$ 76,50 bilhões.
Para
esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de
Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir o
rombo, já que a mediana das previsões para esse indicador segue em US$
60,00 bilhões há 30 semanas para 2014. Para 2015, a mediana também está
em US$ 60,00 bilhões, mesmo nível do levantamento anterior. Um mês antes
estava em US$ 57,70 bilhões.
Na mesma pesquisa, os economistas
diminuíram a estimativa de superávit comercial em 2014, de US$ 2,10
bilhões para US$ 2,00 bilhões. Quatro semanas antes, a mediana estava
positiva em US$ 2,41 bilhões. Para a balança em 2015, a projeção subiu
de US$ 7,21 bilhões para US$ 7,24 bilhões. Um mês antes, a mediana para a
balança em 2015 era de US$ 7,24 bilhões.
GOVERNO
Após a retração da economia brasileira no primeiro e
segundo trimestres deste ano, o que configurado um quadro de "recessão
técnica" por economistas, o governo revisou para baixo a sua estimativa
de crescimento do PIB de 2014.
De acordo com o relatório de
receitas e despesas do orçamento federal do quarto bimestre, do
Ministério do Planejamento, a expectativa oficial do governo para a
expansão do PIB neste ano foi reduzida de 1,8% para 0,9%.
LÁ
7,3% Desempenho
É quanto o PIB da China cresceu no terceiro trimestre deste ano, a menor alta em 5 anos.
SETOR. No 1ºe 2º trimestres, a indústria teve queda de 0,8% e 1,5%, respectivamente. —FOTO: GILSON ABREU/FIEP
SETOR PRODUTIVO NÃO CRÊ
EM RETOMADA IMEDIATA
Embora seja certa uma pequena
recuperação para alguns setores da economia com as vendas do final do
ano, impulsionadas pelo pagamento do décimo terceiro salário, 2014 não
deixará tão boas lembranças ao setor produtivo, como se projetava no
início do ano, e a retomada da economia não será tarefa fácil em 2015.
De
acordo com o economista do Conselho de Desenvolvimento Econômico de
Maringá (Codem), João Ricardo Tonin, a expectativa de crescimento PIB
era grande entre os meses de janeiro e fevereiro, principalmente por
conta da Copa do Mundo.
"Não houve esse aumento na demanda de
fato e, em contrapartida, a indústria e outros setores tiveram menos
horas trabalhadas, o que provocou queda na produção", explica. Para ele,
as eleições e a redução do consumo das famílias influenciaram o
desempenho ruim. "A retomada será difícil com inflação para controlar e
juros altos", aponta.
Na avaliação do presidente da Associação
Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Marco Tadeu Barbosa, apesar
da economia de Maringá apresentar crescimento maior que a média
nacional, os números apresentados na pesquisa de mercado refletem a
realidade do País. "Está sendo um ano difícil. Mesmo assim vamos
conseguir ter algum crescimento", diz.
Quanto ao comércio local,
ele afirma que a expectativa dos para 2015 é de um ano parecido com
2014, por isso já estão sendo planejadas ações para movimentar o setor.
"A gente pretende ter pelo menos o mesmo resultado deste ano", disse o
presidente da Acim. /// Ederson Hising
TRÊS PERGUNTAS AO ECONOMISTA... JOILSON DIAS
'Falta de investimentos'
Para o economista e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Joilson Dias, o cenário da economia está complicado pela falta de investimentos e queda dos preços das commodities. Ele diz acreditar que poucos setores ainda conseguirão retomar o crescimento até o final do ano.
1 O que pode retomar de crescimento ainda neste ano?
— Eu acredito
que o setores de comércio e serviços. Aqui na nossa região, por
exemplo, o saldo de empregos estava negativo no comércio e agora já
zerou. Com as vendas do final de ano pode ter um pouco de crescimento.
Alguns setores da indústria tiveram até outubro para produzir e retomar,
mas o ano foi fraco e a partir de agora não tem mais como avançar.
2 O agronegócio segurou a queda da economia no primeiro trimestre, mas não repetiu o mesmo desempenho no segundo. Por quê?
—
Exatamente. Isso foi influenciado pelos preços das commodities. É um
setor muito importante para o Brasil, estamos falando de 40% do PIB.
Este setor puxou a economia nos últimos cinco anos, mas agora os preços
das commodities estão caindo, da soja, por exemplo, está em franca
queda.
3 Muito se falou em inflação durante a campanha eleitoral. Como deve ficar neste ano?
—
Eu vejo a inflação estável neste final de ano. Não vejo ela crescendo,
mas ficará acima da meta do governo federal, o que é muito ruim, pois
significa que está corroendo o salário. /// Ederson Hising
DÓLAR SOBE E VOLTA AO NÍVEL DE R$ 2,50 E BOLSA CAI 1,25%
A semana começou tensa
para o mercado doméstico, diante da espera pelos nomes que vão compor a
equipe econômica do segundo mandato da presidente
Dilma Rousseff.
O dólar à vista fechou ontem, em R$ 2,503 (+1,25%), com giro financeiro
fraco de US$ 608 milhões, enquanto a Bovespa terminou em queda de
1,25%, aos 53.947,21 pontos.
Na máxima, o dólar atingiu R$ 2,506
(+1,38%) e na mínima, R$ 2,457(-0,61%). Nas duas últimas sessões,
a moeda acumulou ganho de 3,76% ante o real.
A moeda já abriu o
dia em alta, chegou a migrar para o terreno negativo, mas, ainda pela
manhã, retomou a trajetória ascendente, em linha com o viés externo.
O
movimento de valorização global teve como pano de fundo um indicador
favorável da economia norte-americana - o índice de atividade industrial
dos EUA medido pelo ISM, que subiu para 59,0 em outubro, ante previsão
de recuo a 56,0 - e números fracos da economia chinesa e da zona do
euro.
O setor manufatureiro da zona do euro avançou a 50,6 em
outubro, abaixo do esperado. Na China, o índice PMI industrial oficial
chegou a 50,8 pontos em outubro, ante expectativas de que ficaria em
51,2.
A Bolsa devolveu ontem, parte dos ganhos acumulados
na última semana. O Ibovespa ameaçou a cair abaixo dos 53 mil pontos no
pior momento da sessão, mas conseguiu se recuperar e encostar nos 54 mil
nos minutos finais, terminando longe das mínimas. Petrobras foi um dos
destaques negativos. Na mínima, registrou 54.629 pontos (-2,88%) e, na
máxima, 54.629 pontos (estabilidade). No ano, acumula ganho de 4,74%.
/// Agência Estado
http://digital.odiario.com/zoom/noticia/1223391/mercado-financeiro-rebaixa-previsao-do-pib-em-2014/