Cerca de 60 estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) se reuniram no fim da tarde de ontem para fazer um enterro simbólico do Restaurante Universitário (RU). A manifestação, que não tinha cartazes, nem tambores ou apitos, contou apenas com jovens vestidos de preto. Em silêncio, eles acenderam velas em frente ao restaurante.
O protesto marcou o aniversário de um ano do fechamento do RU, que teve as atividades suspensas para uma reforma. “Diziam que as obras seriam entregues em setembro, mas foram protelando e até agora está tudo parado”, conta o estudante de Informática Guilherme Freiberger Fabris.
O fechamento do restaurante tem feito com que alunos passassem a reclamar do preço praticado por comércios nos arredores da UEM. Almoço e jantar custavam R$ 1,60 no RU. “Antes não gastávamos nem R$ 100 por mês para almoçar. Agora, para comer aqui por perto, gasta-se entre R$ 7 a R$ 10 por refeição. Eu trabalho como monitor em uma escola, senti o peso no bolso”, diz o estudante de Física João Eduardo Benedito.
O aluno de Engenharia Civil Victor Khouri conta os métodos que utiliza para economizar dinheiro. “Às vezes eu como salgado no almoço, ou improviso um pão em casa, porque gastar R$ 10 todo dia é pesado, principalmente para a minha família, que me mantém em Maringá.”
Os alunos também cobram as marmitas que foram prometidas quando o restaurante foi fechado. “Disseram que dariam marmitas ao menos os estudantes mais carentes, mas nada disso aconteceu”, reclama Benedito.
Os estudantes prometem fazer um novo protesto na próxima semana, realizando a “missa de sétimo dia”. “Vamos continuar protestando até alguém fazer alguma coisa”, diz Fabris.
A assessoria de imprensa da UEM informou que o reitor Júlio Santiago Prates Filho viajou para Curitiba para reunião com o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, que deve tratar da reforma do RU e outros assuntos.
A universidade reforça que os recursos financeiros não estão vinculados à UEM, e sim ao governo, que libera os pagamentos diretamente à empresa contratada para a realização das obras. A conclusão dos trabalhos, segundo a assessoria, depende de liberação de recursos do Estado.
Segundo adiantou Prates Filho, o secretário garantiu que se empenhará ao máximo para a conclusão das obras.
A reforma do RU prevê a reestruturação da cozinha e do setor administrativo do restaurante, ao custo deR$ 1 milhão
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