A partir da zero hora de amanhã, fica proibida a venda e o consumo público de bebidas alcoólicas na região próxima da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A Lei Municipal 8.510/2009 – também conhecida como Lei Seca - é válida até a meia-noite de terça-feira, último dia do vestibular de verão, que começa no domingo. A fiscalização será realizada por uma força-tarefa com órgãos municipais e Polícia Militar (PM).
O espaço restrito pela medida abrange o quadrilátero entre a Avenida Colombo, Rua Vitória (Vila Esperança), Avenida Morangueira e Rua Quintino Bocaiúva. A multa para os estabelecimentos que descumprirem a lei é de R$ 5 mil. Vendedores ambulantes podem ser autuados em R$ 500. A mercadoria é apreendida e descartada.
Como o que movimenta um dos bares tradicionais da Rua Paranaguá é a venda de bebidas alcoólicas, a decisão dos proprietários do estabelecimento é fechar a casa durante o período. "Dezembro já é encurtado devido às férias, ainda temos o vestibular... O bar tem um faturamento maior aos fins de semana, estamos sentindo no bolso", reclama o sócio-proprietário João Victor Lima Mazzer. Ele prevê um prejuízo de 30% do faturamento do mês. "Não tem justificativa começar na sexta-feira, a bagunça era na rua, e não em um bar específico. Deve existir outras formas de coibir esse tipo de situação, isso é uma força desnecessária", opina.
Mauro Afonso, outro empresário da região, se diz a favor da lei. "Realmente, [a lei] acabou com a bagunça que tinha aqui. Mas agora é preciso olhar para os comerciantes", diz. Ele conta que a regra, na prática, afeta as vendas por até 10 dias, e que a proibição ocorre em dois momentos de férias da universidade, o que por si só já diminui o movimento dos bares. "Os moradores estavam certos de ir atrás (da proibição) se estavam se sentindo prejudicados, mas agora é algo a se pensar para não nos prejudicar."
A opinião entre os moradores é dividida. Há 44 anos morando em uma casa na Rua Tietei, a dona de casa Ana Cleide Cristina de Moraes se sente aliviada pela diminuição da baderna. "Toda quinta-feira isso aqui era um inferno, tínhamos que reclamar sempre", lembra. Ela diz que a Lei Seca levou paz aos moradores, pelo menos no período de vestibular. "Mas é ruim para os comerciantes da região, eles perdem bastante", reconhece.
O vendedor Claudinei Ferreira, também morador da Zona 7, acredita que a lei não prejudica só os donos de bares, mas também quem tem o costume de tomar uma cervejinha no bairro durante o fim de semana. "Eu gosto de beber, e a lei atinge os que não são estudantes também. Penso que não adianta proibir nas redondezas e permitir da Colombo pra cima. Quem veio para o vestibular vai prestar vestibular. Quem quer bagunça vai bagunçar em qualquer lugar", observa.http://www.odiario.com/cidades/noticia/789518/lei-seca-comeca-na-sexta-feira/