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Diamantes artificiais ganham mercado no País

Qualquer matéria-prima com carbono pode ser usada na fabricação
Escola encomendou pedra feita com cabelo de alunos e vai doá-la a ONG

Pouca gente sabe, mas colares, anéis, pulseiras e brincos de diamantes sempre tiveram uma relação íntima com os donos - especificamente, uma relação de DNA. É possível, por exemplo, fabricar um diamante exclusivo, com a forma, tonalidade e tamanho desejados, usando de mechas de cabelo como matéria-prima. A partir de um processo conhecido como HPHT (High Press, High Temperature), é possível transformar moléculas de carbono em pedras de diamantes com as mesmas características que os diamantes encontrados na natureza.

A comercialização desse tipo de pedra é realizada no Brasil desde 2010, por uma empresa com sede em São Paulo. As peças são feitas em laboratório na Espanha, mas de acordo com o diretor-executivo Carlos Pacheco, o aumento crescente das vendas fez a companhia planejar a nacionalização da produção em 2014. "A particularidade desse diamante é que é produzido a partir do desejo das pessoas que querem eternizar de uma maneira única e exclusiva seus sentimentos, conquistas e homenagens", explica Pacheco.

O professor de Química e diretor de Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Eduardo Radovanovic, explica que é possível produzir a pedra artificialmente a partir de qualquer matéria-prima rica em carbono, elemento abundante nos seres vivos. Além do cabelo humano, a pedra pode ser feita com pelos e penas de bichos de estimação e até mesmo do gramado de um estádio de futebol.

O professor explica que tanto a pedra natural quanto a feita artificialmente são compostas basicamente de carbono - o que as difere é a raridade. "A natural é feita no tempo geológico, e a outra é produzida no ritmo industrial."

Doação do Marista
Cerca de 1,5 mil alunos de 15 unidades do Colégio Marista de todo o Brasil usaram cabelo para produzir duas pedras preciosas. As mechas são dos alunos aprovados em vestibulares de 2013, e os diamantes serão doados para duas ONGs.

Os alunos escolheram, por meio de votação, que a pedra mais valiosa, avaliada em R$ 16,2 mil será entregue à ONG São Rafael, de Maringá, que atua na promoção da saúde, prevenção de doenças e criação de oportunidades para crianças e adolescentes. A entrega está marcada para hoje. A ação faz parte da campanha "Formando Cidadãos Brilhantes", promovida pela rede de colégios para homenagear os que passaram nos testes seletivos e promover o espírito de solidariedade entre os alunos.


PRECIOSA. Pedra encomendada pelo Grupo Marista; doação de R$16 mil para ONG. -FOTO: JOÃO BORGES

http://www.odiario.com/cidades/noticia/781869/diamantes-artificiais-ganham-mercado-no-pais/