Em alta: o porcentual de turmas bem avaliadas subiu 8 pontos porcentuais em três anos
Nota máxima foi obtida por cursos de duas instituições: UEM e Unicesumar
O índice de cursos de ensino superior com
nota satisfatória no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)
subiu de 82% para 90% em Maringá - 20 pontos porcentuais acima da
média nacional. Os dados do Ministério da Educação (MEC) são referentes
à avaliação de 4.282 alunos de nove instituições da cidade, realizada
ano passado.
O conceito varia de zero a cinco. Obtiveram a nota
máxima, os estudantes dos cursos de Direito, Secretariado Executivo e
Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e
Jornalismo, do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar). No caso das
Ciências Contábeis da UEM, são duas notas: cinco, na extensão de
Cianorte, e quatro, em Maringá.
As notas mais baixas, tidas como
insatisfatórias pelo MEC, ficaram com os cursos de Design, da UEM,
campus de Cianorte, Administração, da América do Sul, e Direito, da
Alvorada. Em comum, todas levaram nota dois e têm cursos recentes,
sendo avaliadas pela primeira vez pelo MEC - o exame anterior foi
realizado em 2009.
Do total de cursos avaliados em 2012, 26
haviam passado pelo exame de 2006. Desses, 15 (57%) receberam notas
maiores no ano passado, seis (23%) obtiveram a mesma pontuação
-destaque para Secretariado Executivo da UEM, duas vezes com nota
máxima - e cinco (19%), caíram. Dentre as variações, a maior foi do
curso de Administração da Faculdade Alvorada, que passou da nota dois
para quatro. Nos demais 19 casos, a variação foi de apenas um ponto
para mais ou para menos. Nenhum dos cursos que registrou queda chegou à
condição de insatisfatório.
A instituição de Maringá que mais
teve cursos avaliados ano passado foi o UniCesumar, 13 no total, dez
deles pela segunda vez. Desses, seis subiram na pontuação, três
empataram e um caiu. A UEM teve sete cursos submetidos à avaliação,
seis deles pelas segunda vez: um subiu de nota, dois empataram e três
caíram. A terceira instituição com mais cursos avaliados foi a
Faculdade Metropolitana de Maringá (Famma), onde de um total de cinco,
quatro já haviam passado pelo exame em 2009 e todos subiram de
pontuação no ano passado.
Estudo
A avaliação é anual e dividida em grupos,
de modo que sejam submetidos a novo exame a cada três anos. O Enade foi
aplicado ano passado em todo o País para acadêmicos de Administração,
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Design,
Direito, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo e
Turismo, além dos cursos superiores Tecnologia em Gestão Comercial,
Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Logística, Marketing e
Processos Gerenciais.
BONS
DE NOTA Sala de aulas práticas dos alunos de Jornalismo do
Unicesumar, que obteve nota máxima no Enade - F OTO: RAFAEL SILVA
No geral, 30% levam nota insatisfatória
Cerca de 30% dos cursos
avaliados pelo Ministério da Educação receberam nota insatisfatória no
Enade, avaliação federal do ensino superior. Em 2012, a pasta avaliou
7.228 cursos de 1.646 instituições de ensino superior. Eles foram
reunidos em uma base de cálculo de 6.306 unidades - cursos de uma mesma
instituição realizados num mesmo município são agrupados. Ao todo, 536
mil estudantes, do último e penúltimo semestre da graduação, fizeram a
prova.
O exame é aplicado para um mesmo grupo de cursos a cada
três anos - os dez cursos de bacharelado e seis tecnológicos que
participaram do Enade em 2012 também foram avaliadas em 2009. Entre
elas, por exemplo, estão direito, administração, relações
internacionais, psicologia e comunicação social.
No ano passado,
30% dos estudantes dos cursos tiveram nota um ou dois no Enade,
considerada insatisfatória. Outros 68,3% receberam índices três, quatro
ou cinco e apenas 1,8% não receberam conceito (casos em que houve
boicote ou porque o curso não tem concluintes).
Comparações
Em 2009, quando esses
cursos foram avaliados, o porcentual com nota insatisfatória foi de
24,9%. Apesar de o índice ser menor do que o verificado no ano passado,
o ministro Aloizio Mercadante (Educação) argumentou que houve melhora
nesse período. Isso porque naquele ano 26,6% dos cursos não tiveram
nota no Enade - em 2012 esse índice foi de apenas 1,8%.
Ao
comparar o desempenho no Enade de públicas e privadas, as primeiras
mantêm melhor resultado. "As públicas continuam, no ensino superior, bem
melhor do que as privadas", disse o ministro. Enquanto 17% dos cursos
de instituições públicas receberam a nota máxima no Enade, entre as
privadas esse percentual foi de 3,5%.
O desempenho dos estudantes
no Enade tem peso importante na formação do Conceito Preliminar de
Curso, índice que representa a qualidade dos cursos e que leva em
consideração, além do exame, fatores como titulação do corpo docente e
infraestrutura da instituição. É com base no Conceito que os cursos com
qualidade ruim são punidos, impedidos de abrir novas vagas em
vestibular.
Desempenho baixo pode ser punido
Os cursos que tiraram nota um e dois no
Enade poderão ter os vestibulares suspensos, observou ontem o ministro
da Educação, Aloizio Mercadante. O desempenho global dos estudantes no
Enade (a prova e o questionário respondido pelos alunos) tem um peso
da ordem de 70% na avaliação final no Conceito Preliminar de Curso
(CPC), que é um indicador prévio da situação dos cursos de graduação no
País. O MEC pretende divulgar em novembro o CPC dos cursos que
participaram do Enade 2012. O Conceito é composto por diferentes
variáveis, como a qualidade de infraestrutura, recursos
didático-pedagógicos, corpo docente e o próprio Enade.
"Conseguimos
que quase todos os estudantes que estão sendo avaliados participassem
da prova, o que é importante para os respectivos cursos. O sistema
avançou em direção à qualidade, mais instituições, de forma expressiva,
na nota cinco, quatro e três. Ainda temos uma parcela de cerca de 30%,
principalmente faculdade isoladas, com nota insuficiente. Vamos ser
rigorosos na exigência de qualidade", afirmou Mercadante. "O ensino
público continua bem superior ao privado, mas tivemos neste ano grande
crescimento em direção à excelência nas privadas", destacou.
O
próximo Enade vai ser aplicado no dia 24 de novembro. Deverão
participar da prova cerca de 200 mil estudantes de 4.916 cursos da área
de ciências de saúde e agrárias. Pela primeira vez, a USP participará
em caráter experimental do exame, em caráter amostral.
Para evitar boicote, o MEC vai exigir que os alunos fiquem pelo menos uma hora na sala de prova durante a aplicação.
http://www.odiario.com/zoom/noticia/776361/quatro-cursos-tem-notas-insatisfatorias-no-enade/