Confusão começou após a aula em frente ao Diretório Central dos Estudantes. Alunos dizem que foram agredidos por vigias e cobram providências da Universidade
Um desentendimento entre acadêmicos e vigilantes que trabalham no
campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM) terminou em agressões e
troca de acusações na noite desta quinta-feira. A confusão começou por
volta das 23 horas, depois da aula, e se estendido até a madrugada
desta sexta-feira. Vídeos com o bate-boca e vários protestos por parte
dos alunos movimentaram as redes sociais.
Tradicionalmente, às
quintas-feiras, alunos promovem dentro do campus o Sarau - uma festa
entre os estudantes. Diante de denúncias de que nesse tipo de evento
haveria consumo de drogas e álcool, vigilantes foram destacados para
coibir qualquer movimentação do gênero.
Os acadêmicos alegam que
os funcionários da UEM foram truculentos. "A gente estava em uma
reunião de rotina, em frente ao diretório, quando os vigilantes
chegaram. Não iríamos promover o sarau. Pouco tempo depois, os
seguranças fizeram um cordão e começaram a nos empurrar. Agrediram pelo
menos sete alunos. Três deles tiveram vários ferimentos", comentou
Francieli Martins Batista, coordenadora do Diretório Central dos
Estudantes (DCE).
Uma estudante, teve um grande corte na testa,
segundo ela, provocada por uma pedra arremessada por um vigia, durante a
discussão, e outro jovem teve o nariz fraturado, segundo o DCE, por
causa de agressões cometidas pelos agentes. "As pedras vieram de dentro
para fora da UEM", acusou a estudante.
Por causa dos ânimos
exaltados no local, a Polícia Militar (PM) foi acionada. "Quando
praticamente todas as pessoas tinham saído, foram arremessadas pedras
contra os vigilantes, vindas de fora para dentro. Os policiais
flagraram, inclusive, algumas dessas pessoas com pedras nas mãos. A PM,
então, foi acionada e, rapidamente, resolveu a situação, e o grupo foi
dispersado", disse o oficial de comunicação do 4º Batalhão da PM de
Maringá, tenente Cláudio Rocha.
A UEM nega qualquer tipo de ação
violenta e afirmou em nota enviada ontem à tarde que os vigias
"perceberam o início de um evento não autorizado" e, por isso,
"conversaram pacificamente com os estudantes, tentando fazer com que
eles não realizassem o que vem sendo denominado de Sarau". Ainda
segundo a nota, a Universidade "está instaurando uma sindicância para
apurar os acontecimentos, reunindo todo o material necessário à análise
dos fatos, como vídeos e fotos, visto que a Administração Central,
repudia, veementemente, qualquer ato de violência".
No início da
noite, representantes do DCE e alguns universitários feridos se
reuniram na reitoria com representantes da UEM para que as agressões
fossem apuradas.
VERSÃO
"Os seguranças fizeram um cordão e começaram a nos empurrar. Eles agrediram pelo menos sete alunos"
Francieli Martins Batista
Coordenadora do DCE
Acadêmicos conversam em frente ao local do início do confronto com os vigilantes, que atuam no campus
http://www.odiario.com/cidades/noticia/769136/vigilantes-e-alunos-da-uem-entram-em-confronto/