Imprimir

Bolsas de produtividade em pesquisa e desenvolvimento tecnológico

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma agência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e tem como atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros. Como iniciativa, concede bolsas de produtividade em pesquisa ¿ PQ (a pesquisadores que se destacam conforme sua produção científica segundo critérios normativos pelos Comitês de Assessoramento do CNPq) e Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora ¿ DT (produção em desenvolvimento tecnológico e inovação).

Os bolsistas são classificados em duas categorias. Para a categoria 1, pode haver 4 diferentes níveis (A, B, C ou D), com base comparativa nos dados de produção científica e formação de recursos humanos dos últimos 10 anos.

O pesquisador deve possuir inserção nacional e internacional, por meio de palestras e assessorias ad hoc a revistas nacionais e internacionais e a órgãos de financiamento à pesquisa, envolvimento em atividades de gestão científica, organização de eventos, participação em comitês assessores estaduais ou nacionais, sociedades científicas, revistas científicas, assessoria a órgãos de governo estaduais ou nacionais, conferências proferidas a convite em congressos e organização de grupos de pesquisa e programas de graduação e pós-graduação e em órgãos de fomento à pesquisa.

Para a categoria 2 não há especificação de nível, sendo avaliada a produtividade do pesquisador nos últimos 5 anos.
No Brasil estas bolsas possuem mais valor moral do que financeiro, pois variam de R$ 1.100,00 a R$ 1.500,00 por mês, dependendo da categoria e do nível de enquadramento. Em muitos países valores como estes pagos aos seus mais brilhantes pesquisadores soaria como esmola. No Brasil, porém, isso é muito diferente. Há que se considerar também que, num país que não possui cultura de investimentos em ciência e tecnologia, além de baixos valores, o número de bolsas também é pequeno e apenas um grupo de pesquisadores mais produtivos e qualificados pode ser contemplado.
Como a demanda é crescente, bem como todos os números que se referem a pesquisa e pós-graduação no Brasil, o CNPq promoveu recentemente um processo de reclassificação dos bolsistas.

A UEM possui aproximadamente 1.000 doutores. Destes, mais de 60% participam de seus 40 cursos de mestrado e 21 de doutorado. Além disso, 158 são bolsistas produtividade PQ ou DT no CNPq. Como resultado da reclassificação ocorrida, 43 dos 158 pesquisadores ascenderam de nível ou de categoria. O número corresponde a 27%. Significa um grande avanço, uma vez que não houve aumento do número de bolsas. Quer dizer que, paralelamente ao aumento quantitativo no número de programas de pós-graduação (subiu de 30 para 40 em 3 anos) houve também um crescimento qualitativo, na avaliação dos comitês assessores das mais diferentes áreas do CNPq. Os números mostram que, apesar das enormes dificuldades enfrentadas pelas instituições estaduais de ensino superior, a UEM possui um quadro de servidores com solidez e capacidade de crescer e desenvolver-se mesmo em períodos de vacas magras. Os governos, sobretudo o estadual, bem que poderiam ser mais sensíveis a estes números e entender que o investimento nas universidades proporciona, num futuro bem próximo, melhoria nas condições de vida do seu povo.

*Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

http://www.odiario.com/opiniao/noticia/766634/bolsas-de-produtividade-em-pesquisa-e-desenvolvimento-tecnologico/