Em uma rápida visita ao local, a reportagem de O Diário contabilizou cerca de 50 pichações. São placas, paredes dos blocos, banheiros, biblioteca, academia, quadra esportiva e até mesmo a Farmácia-Escola - tudo pichado.
Quem convive com o problema reclama. "Houve um aumento muito grande (do número de pichações). É uma situação vergonhosa", diz um professor que prefere não ser identificado.
João Cláudio Fragoso
Farmácia-Escola da Universidade Estadual de Maringá; paredes do bloco estão entre as preferidas dos vândalos, que deixam desde mensagens políticas até pinturas sem nexo
Alguns alunos se acostumaram com o cenário; outros se sentem incomodados. "Os grafites são bem legais e expressivos, mas as pichações são terríveis. Algumas nos envergonham", comenta a estudante de Educação Física Jéssica Rodrigues.
190
pode ser usado para
denúncias, ou o
0800 643 4278, da
Central de Vigilância
da UEM
Os temas das pichações variam bastante. Vários têm mensagens de protesto, ou fazem referência à situação do País - e até mesmo a questões religiosas.
"Na verdade, não querem dizer nada. Na minha opinião é puro
vandalismo mesmo. Pelo jeito é um bando de desocupados, que não tem o
que fazer", reclama a aposentada Rose Maria Santos, que com frequência
vai à Farmácia-Escola da UEM.
Combate
Para tentar combater esse tipo de crime, a segurança da universidade faz
trabalhos de vigilância, mas encontra algumas dificuldades.
"O câmpus é muito grande e esse tipo de delito é difícil de combater. Temos o trabalho dos vigilantes, que patrulham o local todos os dias, mas o frequentador também pode nos ajudar, por meio de denúncia feita diretamente a um segurança ou até mesmo ligando para a polícia", explica o prefeito do câmpus, Igor José Valques.
Um caso de pichação malsucedido
ficou célebre em Maringá. Foi na
semana passada, quando dois
jovens resolveram protestar
contra a eleição de Renan
Calheiros (PMDB) à presidência
do Senado.
Usando uma das paredes do
Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) como "tela", os dois
picharam a frase "Calheiros
de novo???".
O ato de vandalismo foi flagrado
por câmeras de segurança, o que
rendeu aos dois indiciamento por
crime de pichação. Eles agora
terão de se apresentar no Juizado
Especial, onde vai ser definida
multa e penas pecuniárias.
O crime de pichação, previsto na
Lei de Crimes Ambientais, prevê
pena de detenção de 3 meses
a 1 ano.
A instalação de câmeras e de um sistema de videomonitoramento na universidade é uma esperança do prefeito para que esse tipo de crime diminua.
"Isso deve ocorrer em breve e esperamos que essas ações diminuam. Inicialmente, as câmeras vão monitorar as saídas da UEM, depois serão distribuídas pelo câmpus, conforme a liberação de recursos por parte do Estado", completou. A previsão é de que sejam investidos até R$ 2 milhões no projeto, e espera-se pela instalação de 500 câmeras.
Também de acordo com o prefeito, não há um balanço fechado do quanto foi gasto com este tipo de manutenção no ano passado nos prédios da UEM. Valques garante, no entanto, que o custo é "bem alto". " É como enxugar gelo", compara.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/725273/pichacoes-tomam-conta-do-campus-da-uem/