O bloco onde ficam os laboratórios de informática da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a Câmara Municipal e a sede da 9ª Subdivisão Policial de Maringá possuem um problema comum. A falta de garantia de funcionamento dos extintores de incêndio. Nos três locais, os equipamentos de segurança estão vencidos ou nem ocupam mais o lugar determinado pelos projetos de segurança.
Na entrada principal da 9ª SDP sobrou apenas o gancho para afixar o
equipamento. No corredor principal do prédio, também não há sinal de
extintores, que estariam todos guardados em um depósito. O
delegado-chefe da 9ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, reconhece o problema e
diz que vai tomar providências e fazer as adequações necessárias.
"Vamos
checar a situação. Além dos extintores também precisamos adequar as
mangueiras e os hidrantes. Temos feito vistorias em outros
estabelecimentos e nos mobilizando por causa dos últimos acontecimentos e
precisamos acertar a situação aqui", afirma Lemes.
Segundo
Lemes, um pedido informal de vistoria foi feito ao Corpo de Bombeiros.
"Pedi para que façam uma vistoria. Fomos informados que precisaremos
contratar um engenheiro para analisar quantos extintores precisamos",
diz.
No bloco C56 da UEM, onde funcionam diversos laboratórios de
informática, a situação verificada ontem também era preocupante. No
prédio de três andares, nenhum dos seis extintores estava dentro do
prazo de validade. Parte deles foi carregada em outubro de 2008 e a
vistoria deveria ter sido realizada no ano seguinte, em outubro de 2009.
Um
dos extintores do prédio foi retirado do local e outro verificado pela
reportagem estava vencido desde 2010. "Nem tinha reparado que os
extintores estão vencidos. É meio perigoso isso. Depois do que aconteceu
no Rio Grande do Sul, a gente fica com o ‘pé atrás’", avalia o
estudante Douglas Toledo, que estava visitando a UEM, ontem. "Nunca
tinha reparado, mas acho isso ruim. É uma situação que preocupa um
pouco", considera o estudante de Ciências da Computação, André Alberto.
A
reportagem também verificou a situação dos extintores na Biblioteca
Central da UEM e ao menos mais dez blocos com salas de aula e todos os
equipamentos estavam dentro da validade. O coordenador do Serviço de
Segurança do Trabalho da instituição de ensino, Edvaldo dos Santos
Aragão, concorda que houve falha na manutenção dos equipamentos, mas
garante que o bloco C56 seria o único a apresentar problemas. "Estamos
fazendo a manutenção em todos os setores da UEM e até amanhã (hoje)
vamos verificar as situações pendentes. A universidade tem 1.200
extintores e estamos preparando a nova licitação para fazer a recarga,
pois muitos vão vencer em março deste ano", relata Aragão. Ontem, no
começo da noite, Aragão informou que os extintores vencidos foram
substituídos.
A Câmara, que criou nesta semana uma
Comissão Especial de Estudos para verificar principalmente a segurança
em casas noturnas e outros estabelecimentos com grande presença de
público, é outro prédio público que está com os extintores vencidos. O
equipamento que fica no plenário da Casa, por exemplo, aguarda uma
verificação desde março do ano passado.
No segundo
piso da Câmara, local onde foram verificados pela reportagem mais dois
equipamentos, o serviço de checagem da carga do extintor deveria ter
sido feito em setembro de 2012. Em resposta ao problema, a assessoria de
imprensa do Legislativo municipal informou o presidente Ulisses Maia
(PP) mandou ofício ao Corpo de Bombeiros no dia 29 de janeiro de 2013,
para solicitar uma vistoria geral no prédio da Câmara para verificar as
condições de segurança. "Ressalta-se que essa Casa de Leis tem o
compromisso junto à população de exercer suas atividades em local
devidamente aprovado pelos órgãos de fiscalização do município,
sobretudo em relação à segurança", diz trecho do ofício.
A
reportagem também verificou extintores de incêndio na rodoviária de
Maringá, no Fórum Estadual, Fórum da Justiça Federal, prefeitura e
Agência do Trabalhador. Nesses locais não foram encontrados equipamentos
com a data de validade vencida.