A volta às aulas na Universidade Estadual de Maringá, no próximo dia 4, não contará com o funcionamento do Restaurante Universitário (RU). O local ficará fechado até setembro para reformas.
O RU serve em média 3 mil refeições por dia durante o período letivo. O atendimento inclui café da manhã, a R$ 0,50 por pessoa, além de almoço e jantar, a R$ 1,60 cada refeição. Estudantes e funcionários que compram tíquetes para 1 mês pagam R$ 1,44 por almoço ou jantar.
A questão está sendo debatida com o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) e Diretório Central dos Estudantes (DCE). Uma possibilidade é o fornecimento de marmitas a estudantes de baixa renda.
"Os alunos que não se enquadrarem nos critérios de vulnerabilidade social terão que buscar refeições em outros lugares", diz a diretora de Assuntos Comunitários da UEM, Osana das Graças Ferreira. Para o caso dos funcionários, ainda é discutido como será o fornecimento das refeições.
O presidente do Sinteemar, Eder Rossato, diz que a situação preocupa, porque já é sabido que não haverá marmitas para todos os funcionários. "Vai ter gente que não terá como comer na UEM, porque não vai ter marmita para todo mundo. Qual o critério para definir quem vai comer? Temos que ver isso."
R$ 1 milhão
É o custo estimado da
reforma no R.U., a ser
bancado pelo governo
do Estado
A diretoria do DCE relata, por meio de nota publicada na internet, que o fechamento do RU "inviabiliza a permanência de muitos estudantes na universidade". A entidade diz que nas discussões com a UEM foi informada de dois cenários em estudo pela instituição.
A primeira possibilidade, segundo o DCE, seria a UEM bancar integralmente a contratação de marmitas, por R$ 500 mil – o que daria 400 refeições por dia, na soma entre almoço e jantar.
No caso de contrapartida por parte dos estudantes e funcionários, nos valores atuais – R$ 1,44 para mensalistas ou R$ 1,60 por dia – seriam de 600 a 700 marmitas por dia. Assim, no melhor dos cenários, o fornecimento atingiria 23% da capacidade normal de fornecimento de refeições.
Quem já espera serviço extra com a paralisação do RU são os funcionários da lanchonete anexa ao restaurante. "Tem dia que o restaurante não funciona e aqui lota. Imagina agora", diz um dos funcionários. O local vende frituras, assados e refrigerantes.
Uma outra alternativa próxima, e com baixo custo, é o Restaurante
Popular, na Vila Olímpica – a cerca de 600 metros do RU. No local são
servidas refeições a R$ 2, com limite de mil pratos por dia e
funcionamento apenas no almoço, das 11 às 14 horas – ou antes, no caso
de atingir o limite de refeições.
Reforma
A obra vai reestruturar a cozinha e o setor administrativo do
restaurante, com troca de pisos e ampliação dos espaços. O local tem 30
anos e nunca havia passado por reforma. "Os maiores beneficiados serão
os servidores, que terão, enfim, um local correto para descanso e
vestiário", diz a diretora de Assuntos Comunitários.
O prefeito do câmpus, Igor José Botelho Valques, diz que reforma possibilitará melhor acondicionamento de alimentos e fluxo de materiais e produtos. As tubulações de água, gás e esgoto também serão refeitas.
"Vamos colocar em prática o que a Vigilância Sanitária já vinha nos cobrando. As obras vão refletir em melhora na qualidade das refeições servidas e em melhor ambiente de trabalho para os servidores", diz o prefeito.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/719639/restaurante-universitario-da-uem-so-abre-em-setembro/