O projeto de construção de um túnel cruzando a Universidade Estadual de Maringá (UEM) será apresentado hoje, pelo prefeito Silvio Barros (PP) ao Ministério das Cidades, em Brasília. A obra faz parte de um pacote que inclui a construção de um terminal intermodal e readequação das avenidas Herval e Morangueira.
As obras têm um custo total de R$ 88 milhões. A fonte de recursos que a administração busca para custear o projeto está no PAC Mobilidade Médias Cidades. A ideia de se construir o túnel, inicialmente rechaçada por conselheiros da UEM, precisou ser reformulada. "Vamos usar um sistema chamado de não destrutivo. Vamos escavando e concretando as paredes", diz o secretário de Controle Urbano e Obras Públicas, Laércio Barbão.
Em vez de abrir uma valeta para depois cobrir com laje, o novo projeto prevê a execução dos cerca de 700 metros do túnel apenas pelo subsolo. O objetivo desse tipo de obra é evitar transtornos na superfície. Ainda não se sabe a reação dos conselheiros da universidade ao projeto que será proposto em Brasília. "Já estive na UEM apresentando o projeto (antigo) e as justificativas dos professores para recusar o túnel foram ridículas. Não vou aceitar argumentos ridículos", diz o prefeito Silvio Barros.
O túnel é visto como a principal alternativa para desafogar o trânsito das avenidas Morangueira e Mandacaru. O projeto de transposição da UEM inclui o contorno oeste da instituição, que está mais próximo de sair do papel.
Os recursos para o contorno foram liberados há 2 anos, pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas estavam parados na conta.
Apesar da UEM ter aprovado em 2010 a doação do terreno à prefeitura,
apenas no mês passado a cessão foi aceita pela Assembleia Legislativa.
Sob a terra
A entrada do túnel seria no cruzamento entre as ruas Professor Lauro
Eduardo Werneck e Itamar Orlando Soares. A pista de rolamento à direita,
nos metros finais da Lauro Werneck, é prevista para ser utilizada
exclusivamente como acesso ao túnel, enquanto a pista esquerda seria
destinada como acesso à Rua Itamar Orlando Soares.
O reitor da UEM, Júlio Santiago Prates, diz que no molde apresentado anteriormente não havia chances de se construir um túnel cruzando a instituição. Os problemas, segundo ele, é que por dentro do campus obra passaria entre a Biblioteca Central e o Restaurante Universitário, atravessaria a região onde estão instalados os quiosques com lanchonetes e, outro temor, passaria próximo a um laboratório que conta com R$ 40 milhões em equipamentos.
"São 41 mil pessoas utilizando a biblioteca, 5 mil refeições por dia no restaurante, sem contar os milhões de reais em equipamentos de alta precisão. Os transtornos de uma obra dessas são muitos", diz. A instituição ainda não discutiu se pode ocorrer algum impacto negativo no campus com o novo projeto de túnel elaborado pelo município.
Prates afirma que vem discutindo com o Conselho de Administração da
UEM (CAD) e com o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá
(Codem) a liberação de vias da zona leste do campus, para a construção
de um outro contorno. Assim, parte do trânsito da Morangueira poderia
ser desviado para a Avenida Herval.
Pacote
Obra mais importante do pacote que será apresentado hoje pelo prefeito é
a construção do terminal intermodal – transporte de trem e ônibus –,
um projeto iniciado em 1986. "Não podíamos propor a construção do
terminal antes porque faltava a conclusão do rebaixamento", diz.
Ele também vê com otimismo a liberação de R$ 600 milhões para a construção do Trem Pé-Vermelho, ligando Maringá a Londrina – obra que justificará a existência do terminal intermodal.
O trem foi a única proposta pelo governo do Paraná ao Ministério das Cidades, com objetivo de levantar recursos também por meio do PAC Mobilidade.
"Esse projeto ferroviário é apontado como o mais viável economicamente no País. E o trem vai ter que começar em algum lugar e tudo indica que será de Maringá. Porque Londrina retirou a linha férrea do centro da cidade, enquanto Maringá rebaixou. Como no Centro o movimento de passageiros é maior, vamos ter a maior demanda aqui", diz.
A apresentação do Trem Pé-Vermelho será feita também hoje pelo
governo estadual. A resposta para os projetos, tanto do município
quanto do Estado, será dada pelo governo federal em 14 de dezembro.
AGENDA HOJE EM BRASÍLIA
Reunião
presencial do PAC 2 Mobilidade Médias Cidades com participação de
técnicos do Ministério das Cidades e prefeito Silvio Barros
Pauta: Terminal Intermodal
Horário: 14h30
* A reunião é para complementar as informações já prestadas e esclarecer dúvidas técnicas, além de alinhar prioridades.
Reunião presencial do PAC 2 Mobilidade Médias Cidades com
técnicos do Ministério das Cidades, representantes do governo do
Paraná e diretor-presidente da Urbamar, Fernando Camargo
Pauta: Trem Pé-vermelho
Horário: 14h30
*A reunião é para apresentar o projeto técnico e esclarecer dúvidas técnicas, além de alinhar prioridades.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/707094/silvio-barros-leva-a-brasilia-projetos-de-mobilidade/