A sede de apoio da Incubadora Tecnológica de Maringá, no barracão do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), será inaugurada na segunda quinzena deste mês, em Maringá, mas já está com sua capacidade esgotada. O espaço projetado para 12 empresas foi todo ocupado. A adequação custou R$ 1,4 milhões e foi financiada pela prefeitura.
Segundo a gerente da Incubadora, Vânia Calsavara Bueno, existem 22 empresas em gestação divididas entre o prédio no extinto IBC (12 unidades) e Universidade Estadual de Maringá (UEM) com 10. Há interessadas na fila.
Vânia afirma que estar alinhado à inovação tecnológica é o requisito exigido do empreendedor interessado em fazer parte da incubadora. É por isso que a área de maior concentração é Tecnologia de Informação (TI), que representa 50% do total.
11
empresas da Incubadora
Tecnológica de Maringá
são da área de Tecnologia
da Informação
Ela diz que cada projeto tem um prazo de 2 anos para se consolidar, somado a 1 ano de testes para se preparar, deixar a incubadora e atuar no mercado. "Mas se a empresa estiver se desenvolvendo e precisar de mais tempo a proposta deve ser refeita e reavaliada. Daí continua com um projeto novo", disse.
A gerente acredita que a incubadora é o embrião do parque tecnológico
de Maringá – o Parque Cidade Industrial terá o Tecnoparque para o
desenvolvimento de produtos com alto valor agregado. "Na incubadora não é
possível aceitar empresas com perfil tradicional. O que pesa é o tipo
de tecnologia que o interessado vai desenvolver."
Varejo
O sócio-administrador de uma empresa de softwares em Maringá, Carlos
Alberto Hespanhol, está desde 2005 viabilizando na incubadora um projeto
de programas focados nas necessidades do varejo. A ideia surgiu quando
cursava Administração de Empresas na UEM e estagiava numa construtora.
Ele notou que os programas utilizados não atendiam às necessidades dos
empreendimentos imobiliários.
"Havia softwares parecidos que as construtoras adotaram, mas não eram voltados exatamente para o ramo. Assim, surgiu a ideia de procurar alguém da área de informática, criar um produto e colocar no mercado", disse.
Hespanhol ingressou com o projeto na incubadora em 2005, ao lado do primeiro sócio que cursava Processamento de Dados no Centro Universitário de Maringá (Cesumar). Hoje, são em quatro profissionais, dois em cada área.
Para crescer e atingir faturamento mensal de R$ 20 mil e uma carteira com 100 clientes ativos, o jovem empresário focou na demanda de programas específicos de restaurantes, pizzarias, bares, casas noturnas, padarias e até mesmo açougues.
A exigência da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)em diversas atividades
ligadas ao comércio pode ser considerado um novo nicho de mercado para a
empresa de softwares. Hespanhol afirma que o modelo de cupom fiscal
vai mudar e não será qualquer programa que poderá fazer a transição.
"Isso criou uma demanda enorme que ficou a ser suprida", acredita.
Seda
Uma
empresa que trabalha no beneficiamento de fio de seda é uma das poucas
que fogem do perfil tecnológico, mas que a inovação como carro-chefe.
O empresário João Berdu Garcia Júnior explica que o beneficiamento da seda fez o comércio do fio deixar de ser um negócio de lucros pequenos para se tornar de alto valor agregado. Em vez de vender a matéria-prima, o negócio é beneficiar e transformar em produtos como lenços e cachecóis.
Mas Garcia Júnior dizque o mercado brasileiro tem capacidade para absorver apenas 2% da produção. "É por isso que a empresa ainda está na incubadora. O nosso desafio é criar a tecnologia e colocar o produto no mercado. Mas temos que criar canais de venda para chegar com valor agregado", diz.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/703213/incubadora-tecnologica-ganha-espaco/