Independentemente do segmento da administração pública, a preocupação com os resultados dos gastos deixou de ser exclusividade dos agentes públicos passando a ser compartilhada pela sociedade em geral que se torna cada vez mais exigente e vigilante a esse respeito. Essa postura explica grande parte das críticas emitidas em favor ou contrárias à paralisação de quase 4 meses da maioria das universidades federais.
Afinal de contas, o que é preciso melhor na administração das instituições universitárias públicas? No que se refere a suas atribuições, sem dúvida que devam assumir sua posição de vanguarda, pois quem produz pesquisa e conhecimento novo deve obrigatoriamente ocupar posição de vanguarda, como é o caso das universidades estaduais e federais.
Aliado a isso, é necessário que parâmetros legais norteiem as rotinas administrativas, gerenciais e pessoais nos seus interiores, especialmente a legislação própria do funcionalismo público.
Além disso, para que suas ações tenham maior objetividade, tornou-se indispensável a planejamento estratégico de metas e ações bem como a avaliação externa de seus resultados. É estratégico também que haja valorização dos esforços individuais e coletivos envidados em meio às variadas formas e possibilidades de atuação da universidade pública, o que simbolizará o reconhecimento social há muito tempo aguardado pela comunidade acadêmica.
Na interlocução de interesses setoriais, enquanto parceira da universidade pública, a sociedade também necessita ter espaço para apontar caminhos para melhorar o relacionamento universidade-sociedade. É notório que ritmo próprio e independência sejam aspectos que corroborem a autonomia universitária, porém é evidente a persistência de um desalinhamento de expectativas. Indiscutivelmente, precisamos melhorar!
Dentre as "cobranças" de esforços por inovações nas universidades públicas, uma delas é pela reestruturação do organograma institucional em favor da economia de custos e da otimização dos recursos infraestruturais e humanos disponíveis, outra é pela contratação de uma avaliação externa por consultoria não-governamental para indicar aspectos insatisfatórios de performance bem como uma ordem estratégica de prioridades para a resolução de problemas internos recorrentes.
Como efeito desse pacto para diminuir gastos, outra reivindicação seria o início do debate público sobre o pagamento anual de um bônus financeiro pelo bom desempenho institucional, como contrapartida do Estado pela melhoria dos resultados da universidade com redução de custos.
Veja-se que, com aprimoramentos, o modelo da gratificação de estímulo à docência adotada nas instituições federais talvez possa servir de referência.
Por fim, é oportuno prosseguir subsidiando a discussão sobre temas
que afetam o exercício da profissão docente no sistema público-estadual
de ensino superior e, por conseguinte, na UEM.
Luciano Gonsalves Costa
Professor-doutor
do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM),
presidente da Associação dos Docentes da UEM (Aduem) e membro do
Conselho Integração Universidade-Comunidade
http://www.odiario.com/opiniao/noticia/606284/precisamos-melhorar-a-gestao-universitaria/