A prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre materiais de construção vai trazer fôlego para o setor, que amargou resultado negativo de 12% nas vendas em março e abril, em comparação com o 1º bimestre do ano.
O incentivo do governo também vai contribuir para que saiam do papel projetos de 669,6 mil metros quadrados de construções de prédios e casas, liberados até o mês de julho em Maringá. A redução foi estendida até dezembro de 2013.Douglas Marçal
Loja de materiais de construção em Maringá; expectativa de recuperação das vendas até o fim do ano
O presidente do Sindicato de Revendedores de Materiais de Construção de Maringá e Região (Simatec), Valdeci Aparecido da Silva, acredita que o estímulo vai permitir ao varejista fechar o caixa no azul ainda em 2012. O declínio nos resultados das vendas se amenizou entre os meses de maio e julho. Mas o receio da volta do imposto com alíquota cheia já deixava o mercado temeroso.
Silva afirma que o primeiro impacto será no planejamento de trabalhos por parte das construtoras. O tempo médio de execução de um projeto é de 3 anos. A prorrogação do IPI vai trazer segurança na hora de formatar os preços.
nte do Simatec acredita que a medida vai fazer com que a cidade bata o recorde na área de construção liberada – em 2011 foram 1,092 milhão de metros quadrados.
"A confiança que o consumidor já colocou no setor da construção vai fazer esses projetos virarem obras. A garantia da estabilidade dos preços é fundamental para o empreiteiro", analisa.
O docente de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Neio Peres Gualda afirma que a redução na carga tributária favorece a construção civil também no âmbito da geração de vagas de trabalho.
"Quando você assegura
condições favoráveis
em termos de custo, a
tendência é aumentar e
expandir a demanda"
Neio Peres Gualda
Professor de
Economia da UEM
Ele diz que o setor tem altos índices de empregabilidade, por abrigar mão de obra com baixa qualificação do ponto de vista educacional. Gualda calcula que a redução nas planilhas de custos por causa do desconto no imposto deve oscilar entre 12% e 15%.
"Quando você assegura condições favoráveis em termos de custo para o
setor, a tendência é aumentar e expandir a demanda. É extremamente
positivo manter os bons níveis de emprego e negócios que a construção
civil há alguns anos vem apresentando", justifica Gualda.
Empregos
O presidente do Simatec acredita que o primeiro impacto da redução do
IPI é a manutenção do nível de empregos. O aumento de salários de
pedreiros e ajudantes será de 8,5%, em média, em 2012. A abertura de
vagas depende do início de novas obras.
O assessor regional de uma construtora que atua em Maringá, Ivo Tanaka, observa que o governo acertou ao incluir quatro novos itens na lista de materiais com imposto zero. Pisos laminados, pisos de madeira sólida, piso vinílico e "drywall" (placas de gesso instaladas em paredes) são utilizados em larga escala.
Tanaka afirma que o incentivo não deve baratear o valor global dos imóveis, e consequentemente o preço final de mercado. No entanto, vai incidir na hora do repasse dos reajustes de acordos coletivos dos trabalhadores do ramo.
"Acredito que as construtoras não devem abrir vagas imediatamente, mas o incentivo pode levar a geração de novos empreendimentos e postos de trabalho".
http://www.odiario.com/economia/noticia/598910/reducao-do-ipi-compensa-perdas-na-construcao/