Dos cinco jovens detidos na madrugada desta sexta-feira (27), após a realização de um sarau no interior do câmpus sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM), apenas um é aluno da instituição. Em depoimento na delegacia, o estudante de 24 anos do curso de Filosofia negou as acusações de desacato e desobediência contra ele e os amigos feitas por vigilantes da universidade.
O estudante disse ter ido ao câmpus da universidade por volta das 5h acompanhado de um amigo e ex-acadêmico do Cesumar. Lá, os dois teriam se juntado aos outros três jovens que, segundo depoimento, estavam fumando cigarro e consumindo apenas água.
Por volta das 5h30, o acadêmico relata que o grupo foi abordado por um vigilante e questionado, educadamente, se estava tudo bem. Diante da resposta afirmativa, o agente teria seguido com a ronda.
Minutos depois, um outro vigilante, motorizado e sem uniforme, teria voltado a abordar os amigos e, desta vez em tom agressivo, segundo o relato do estudante, informado que o grupo não deveria estar no local. O questionamento sobre o motivo do impedimento teria iniciado a discussão entre os jovens e o vigilante. "Eu não o desacatei, apenas o questionei", afirmou o aluno de Filosofia.
O estudante relata que a situação ficou mais tensa no momento em que o grupo era retirado a base de empurrões do câmpus e um dos jovens usou um celular para registrar a agressão. Neste momento, segundo o aluno de Filososifa, ele e os amigos foram agredidos com socos e pontapés pelos vigias.
O rapaz também negou que um dos integrantes do grupo estivesse armado com uma faca, objeto que foi recolhido por um dos vigias próximo a uma árvore. No depoimento, o estudante confirmou ter consumido bebida alcoólica durante a madrugada, porém fora da universidade.
O advogado do rapaz, Rafael Zanata, informou que pretende entrar em contato com a assessoria jurídica da UEM e solicitar a retirada da queixa contra o seu cliente para que ele não seja impedido de receber o diploma.
Os cinco jovens - com idades entre 22 e 24 anos - deixaram a 9ª Subdivisão Policial (SDP) no início da tarde, por volta das 14 horas, após a lavratura do Termo Circunstanciado por desacato e desobediência a servidor público.
Nota oficial
Até a tarde desta sexta-feira (27) a UEM ainda não havia se pronunciado sobre uma possível punição ao aluno denunciado por desacato. Em nota, a reitoria apenas reafirmou a proibição de realização de saraus e festas e consumo de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes dentro da UEM, prevista na Resolução nº 004/2012 do Conselho Universitário (COU) e repudio o ato de violência ocorrido no câmpus nesta madrugada.