Revolta e descontentamento marcaram a assembleia dos servidores ligados
ao Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá
(Sinteemar), realizada ontem na Universidade Estadual de Maringá (UEM)
com cerca de 500 técnicos e docentes.
O encontro foi marcado
em caráter de urgência, após o governo do Estado adiar para o dia 15 a
apresentação da contraproposta para o Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS). O motivo alegado pela Secretaria de Estado de
Administração e Previdência (Seap), foi de problemas na agenda de
representantes do governo que participariam da discussão.
Na
assembleia, ficou definida uma paralisação das atividades de técnicos e
professores da universidade na próxima terça-feira. Uma nova assembleia
deve ser realizada após o dia 15, e segundo o sindicato, é grande a
possibilidade de aprovação do indicativo de greve.
Segundo o
presidente do Sinteemar, Éder Rossato, no protesto previsto para
terça-feira, a intenção é concentrar o maior número de servidores para
discutir as questões trabalhistas das categorias e levar o reitor para
ajudar na tomada de decisões.
Os servidores reivindicam
reestruturação do PCCS – a última teria sido realizada em 2006 – além
de melhor qualidade de trabalho e contratações. "Está faltando gente
para trabalhar, o que gera sobrecarga nos funcionários e excesso de
hora extra", diz Rossato.
Outra questão combatida pelo movimento
é o decreto 3.728, de 23 de janeiro de 2012, que segundo Rossato,
acaba com a autonomia da universidade e diz respeito à terceirização de
serviços.
"O governo vem sinalizando a intenção de terceirizar
serviços de vigilância e contratar funcionários de fora para
laboratórios", diz, acrescentando que o ideal é que haja contratações
de servidores efetivos. Outra crítica diz respeito à manutenção de
direitos previstos por lei.
"Uma pessoa que tem um curso
técnico, por exemplo, tem direito a progressão por escolaridade, mas o
governo quer acabar com isso, o que é hilário, pois trata-se de
desvalorização do capital humano."
Para Marcos Apolinário de
Souza, que é auxiliar de laboratório na UEM há 15 anos, os
trabalhadores da UEM estão sempre dispostos a conversar, sem que haja
necessidade de greve. "Greve não é a melhor arma, mas às vezes é a
única que temos para lutar contra o governo".
http://www.odiario.com/cidades/noticia/574963/reuniao-desmarcada-revolta-servidores-da-uem/