Aluna do 4º ano de Engenharia Agrícola no Campus do Arenito, em Cidade Gaúcha, Bruna Fernanda Bergamasco, 21 anos, perdeu a viagem até a universidade na última quarta-feira. "Não tem professor, não tenho aula", disse.
O curso é único presencial no campus, com 125 alunos. Para atender as cinco séries, em período integral, o campus possui três professores efetivos. "A contratação está defasada desde 2002. Faltam professores, técnicos de laboratório e outros servidores", diz o técnico administrativo Jorge Furlan.
Para garantir as aulas, outros campi da UEM mandam nove professores para Cidade Gaúcha e a unidade contratou cinco temporários. O quadro de servidores precisaria passar de 26 para 44, para que os auxiliares de serviço gerais dessem conta de limpar e manter cinco blocos, em 460 mil metros quadrados.
O resultado é um ambiente de instabilidade para os alunos. "Alguns professores saem no meio do semestre e outros demoram 6 meses para serem trazidos para cá", diz Vinícius Diesel, 22, aluno do 3º ano. "O pior é temos poucos professores efetivos, que são os únicos que podem trazer projetos de pesquisa para o campus", comenta Cássio Seron, 22, também do 3º ano.
Os acadêmicos ainda reclamam da falta de um refeitório no campus, que fica a 10 km da cidade. "Por ser um curso integral temos pouco tempo para o almoço. Para ir e voltar até a cidade, de ônibus, é 1 hora de viagem", relata Renan Bunhan Polisseri, 23, do 3º ano.
O diretor do campus, Reny Adilmar Prestes Lopes, considerado urgente o investimento de R$ 1,5 milhão, para a aquisição de um veículo de transporte para alunos e professores, um outro utilitário para materiais de pesquisa, a construção, uma garagem e um bloco didático de 994 metros quadrados.
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