A falta de funcionários no RU vem gerando protestos do DCE desde o começo do ano. As respostas da reitoria foram consideradas insuficientes pelos estudantes e a pauta de reivindicações aumentou. Há 15 dias, o DCE deu um ultimato à reitoria, exigindo respostas em duas semanas.
O reitor se encontrou com representantes do DCE ontem, por volta das 14h, apresentando propostas de melhorias. Segundo a assessoria de imprensa da reitoria, foi encaminhado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) um ofício solicitando a contratação de mais seis funcionários para o RU. Prates Filho também se comprometeu a melhorar a infraestrutura do restaurante e a adquirir novos equipamentos, porém sem estabelecer prazos.
Os líderes do DCE consideraram as propostas "vagas". Numa assembleia improvisada na porta do prédio da reitoria, a ocupação foi decidida por aclamação. Por cerca de 30 minutos, seguranças da universidade tentaram deter os estudantes, gerando tumulto.
A assessora do gabinete da reitoria Selene Tonella pediu a palavra e propôs aos manifestantes que enviassem uma comissão de cinco membros para negociar diretamente com o reitor. A proposta foi rejeitada e, com o protesto ganhando cada vez mais adeptos e fazendo mais barulho, a administração da UEM abriu a porta da reitoria por volta das 16h.
Escoltado
No prédio, os manifestantes arrombaram uma porta para ter acesso às escadarias que conduzem ao gabinete do reitor. Prates Filho permaneceu dentro de sua sala até às 18h, quando saiu do prédio escoltado por seguranças e sem dar declarações à imprensa.
Entre os manifestantes havia a preocupação de que não fossem quebrados pertences públicos e não fosse consumida maconha durante a ocupação, "para não dar razão a eles".
Já dentro da reitoria, os estudantes convocaram nova assembleia para estabelecer um documento com reivindicações. A reunião não havia terminado até as 19h30. Os manifestantes tentarão dialogar com o vice-governador e secretário estadual de Educação, Flávio Arns, que cumpre agenda amanhã em Sarandi.
Do lado de fora do prédio, representantes da reitoria e estudantes tentavam dialogar com mais calma. Selene dizia ao membro do DCE Bartolomeu Parreira Nascimento: "Tudo isso para quê, por causa de um cardápio vegetariano? Vocês estão sem bandeira".
O estudante respondeu que era um desrespeito resumir a manifestação a um cardápio vegetariano e que a pauta de reivindicações era extensa.
Além de estudantes, um grupo de 6 professores da UEM também aderiu ao protesto. Marta Belini, do departamento de Educação, afirma que "há muito tempo não via uma coisa tão bonita acontecer na UEM. Esse reitor que está aí não atende ninguém e qualquer manifestação é respondida com perseguição política".
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