Cerca de 600 estudantes ocupam a reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desde as 14h desta quinta-feira (25). Eles passaram a noite no local e afirmam que não vão sair, enquanto o governador do Estado em exercício e também secretário da Educação, Flávio Arns, não recebê-los pessoalmente para negociar.
Durante a manhã desta sexta-feira (26) Arns visita dois os colégios estaduais de Sarandi, o Jardim Panorama e Olavo Bilac.
João Paulo Santos
Estudantes passaram a noite em frente à reitoria; eles exigem a presença de Flávio Arns para negociar a situação
O movimento é liderado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). "Queremos pressionar o governo do Estado, pois, em decorrência de sucessivas gestões neoliberais, a educação vem sendo tratada com descaso", fala um dos coordenadores do DCE, Alex Bertozzi. Eles questionam o corte de R$ 3 milhões para o orçamento da universidade iniciada no governo de Orlando Pessuti e mantido por Beto Richa.
O reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, reconhece que as reivindicações dos estudantes são justas, mas não concorda com a ocupação. Ele descarta a possibilidade de entrar com um pedido de reintegração de posse. "Quero resolver a situação através do diálogo", ressalta.
Flávio Arns e o reitor da UEM devem se reuniram em Sarandi para discutir a situação da universidade por volta das 11h desta sexta-feira. Nenhuma medida foi tomada. O governador em exercício afirmou que não poderá vir até a UEM para negociar com os estudantes.
Contraproposta recusada
Para se retirar da reitoria, os estudantes exigem a contratação imediata de quatro funcionários para o Restaurante Universitário (RU), uma vez que, segundo eles, os funcionários estão sobrecarregados, comprometendo a qualidade das refeições.
Veja as reivindicações dos estudantes no blog criado pelo DCE.
Eles também querem que estudantes carentes consigam isenção de pagamento no RU, e também a inclusão de um cardápio vegetariano nas refeições, para melhorar a qualidade da alimentação.
Os estudante também pedem a construção da Casa do Estudante, de um novo RU dentro do campus de Maringá, para diminuir as filas, e também exigem que os campi da UEM de outras cidades tenham restaurantes.
O reitor apresentou uma contraproposta nesta manhã. Ele afirmou que em dois dias pode incluir um cardápio vegetariano no RU por duas vezes na semana. Santiago ressaltou que já solicitou a contratação de mais quatro funcionários para o restaurante ao Governo do Estado, mas que ainda não obteve respostas.
Quanto à isenção de pagamento de refeições aos estudantes carentes, Santiago afirma que a universidade já subsidia as refeições, gastando cerca de R$ 600 mil ao ano, para que os estudantes possam gastar apenas R$ 0.50 por café da manhã e R$ 1,60 no almoço e janta (mensalistas pagam R$ 1,44).
Sobre a construção de novos restaurantes, o reitor afirma que um projeto arquitetônico e hidráulico já foi realizado em parceria com a Prefeitura de Maringá, mas que ainda não conseguiu captar recursos para concretizá-lo. Uma comissão em conjunto deve ser formada para discutir um aumento do atual restaurante.
Sobre a possibilidade de construir RUs nas cidades onde existem campi da UEM, o reitor afirmou que não existe espaço físico nem orçamentário para a implantação deles. A Casa do Estudante já está em fase de construção.
Por conta dessas respostas, os estudantes negaram a contrapropostas e afirmam que ficarão na reitoria até que as suas exigências sejam cumpridas.