A CPI dos Leitos do SUS quer que o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Saúde investiguem a morte da aposentada Maria da Conceição Bernardo Limoli, 81 anos. Ela passou por cirurgia na perna depois de ficar 15 dias à espera de vaga para a operação.
"Ainda não é possível afirmar se o óbito ocorreu em razão da longa espera pela cirurgia, mas isso deve ser apurado e os culpados responsabilizados na Justiça", afirmou o presidente da CPI, deputado Leonaldo Paranhos (PSC).
Maria caiu na sala de casa e fraturou o fêmur. Chegou no Hospital Universitário dia 3 de agosto, às 16h29, até ser transferida para o Hospital Metropolitano de Sarandi, no dia 18, às 15h49, para fazer a cirurgia. A vendedora Aparecida Limoli de Andrade, filha da paciente, faz um resumo dos dias que a mãe passou no Pronto-Socorro. "A perna inchou e o médico me disse que suspeitava de trombose traumática. A pior hora era quando tinha que trocar de roupa: ela urrava de dor".
Após esperar 16 dias, a paciente foi levada para o centro cirúrgico na manhã de sexta-feira (19). A operação foi bem sucedida. Depois da cirurgia, ela foi se recuperar na UTI, onde passou a noite. No sábado de manhã, Maria foi levada para o quarto. "Ela estava muito bem", relata Aparecida. Mas à noite, às 23h59, ela faleceu. O atestado de óbito mostra que a aposentada teve fratura de fêmur, choque cardiogênico e insuficiência cardiorrespiratória. Ela foi sepultada no Cemitério Municipal de Maringá.
No dia anterior à transferência da mãe, Aparecida procurou o Ministério Público. "A funcionária disse que a Promotoria estava cobrando providências do hospital, mas enquanto isso minha mãe estava morrendo", disse a filha.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Universitário, mas a instituição ainda não se manifestou sobre o assunto.
CPI
Uma equipe da CPI esteve em Maringá no sábado (20) para verificar a situação e o próprio deputado Paranhos esteve na cidade no domingo, visitando pacientes. "A situação de Maringá demonstra que, depois de todo o trabalho de levantamento de informações, a CPI tem a missão de continuar fiscalizando, retornando periodicamente aos locais visitados para verificar como está o atendimento", enfatiza o presidente da comissão.
Segundo o deputado Paranhos, os membros da CPI devem retornar a Maringá nos próximos dias para discutir o pacto de atendimentos. "Vamos convocar os gestores da saúde e os dirigentes de hospitais para redefinir ou reafirmar o pacto, mas com a ressalva de que acordos não fiquem acima do respeito à vida das pessoas".