Almoçar ou jantar no Restaurante Universitário (RU) da UEM é um transtorno para muitos alunos. Em dias movimentados, o estudante pode esperar até 40 minutos na fila para conseguir uma refeição. "Só é rápido quando o cardápio está ruim. Aí não demora nem 10 minutos", conta o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Bartolomeu Parreira Nascimento.
Revoltados com a demora nas filas e a qualidade do cardápio, cerca de 100 estudantes realizaram uma manifestação, com faixas e discursos, em frente ao RU no início da tarde desta quinta-feira (11). Em seguida eles levarão uma carta de reivindicações para o reitor, Júlio Santiago Prates Filho.
Os estudantes exigem a contratação de mais quatro funcionários no RU, para agilizar o atendimento e melhorar a qualidade das refeições. "Sabemos que eles estão em poucas pessoas para atender muita gente", explica Nascimento.
João Paulo Santos
Fila no RU pode chegar a 40 minutos em dias movimentados
Eles também querem mudanças no cardápio. "Exigimos uma opção vegetariana todos os dias", ressalta o coordenador do DCE. Os acadêmicos também desejam a construção de um novo RU na universidade, para distribuir os alunos, diminuindo as filas, e outros restaurantes nos campi da UEM de outras cidades.
Melhorias no RU
No fim de março, reclamações no RU fizeram com que o diretor do restaurante pedisse exoneração. Desde então, segundo a diretora de Assuntos Comunitário da UEM, Osana das Graças Ferreira, diversas melhorias foram implantadas, como aquisição de bandejas para o café da manhã, uma lavador de louças automático, e o aumento de 15 minutos no período de cada uma das refeições, com o intuito de diminuir as filas.
"A reitoria está buscando recursos para construção de um novo RU, mas infelizmente não existe imediatismo, precisamos conseguir essas verbas", explica Osana.
Quanto à melhorias no cardápio, ela afirma que foi adquirido um processador de alimentos, o que permitirá produzir refeições mais saudáveis. "Com ele ficará muito mais fácil manipular os alimentos, em especial os vegetais e legumes. Poderemos, então proporcionar refeições vegetarianas. O equipamento deve chegar em 60 dias, pois foi adquirido por licitação", conta.
O RU serve cerca de 1.700 almoços em média por dia e 1.200 jantares. Os alunos pagam R$ 1,60 por refeição (mensalistas pagam R$ 1,44). O café da manhã custa R$ 0,50 e vem com dois pães franceses, com presunto ou mortadela, café com leite e uma fruta.
Cantinas
Outro foco da manifestação dos estudantes nesta tarde é a construção de uma nova cantina, ao lado do Museu Dinâmico Interdisciplinar (UEM), no campus em Maringá. O projeto está em fase licitatória e a renda da locação do espaço deve ser revertida para a universidade.
O DCE reivindica que a renda seja revertida para financiar os movimentos estudantis, como os centros acadêmicos dos cursos de graduação ou o próprio DCE.
Atualmente o Diretório de Estudantes adquire uma renda de aproximadamente R$ 5,5 mil por mês, com a locação do espaço de três cantinas e três xerox dentro da universidade. "Não existe uma lei que determine que a renda desses locais devam ser destinados ao DCE, mas há muito tempo este acordo informal entre a reitoria e os alunos existe. A administração atual quer quebrar isso", fala.
Para Nascimento, a universidade sofre com cortes de verbas para a educação, e encontra nesses espaços um local para conseguir mais recursos. "Não vamos admitir que o governo e a administração nos prejudiquem. Vamos lutar sempre pela educação gratuita e de qualidade"
Os estudantes prometem dar um prazo de 15 dias para que a reitoria atenda as reivindicações ou sinalizem solução. "Caso contrário prometemos radicalizar, convocando assembleias e vários protestos", fala Nascimento.
Negociação
Conforme a assessoria de imprensa da UEM, a reitoria deve se pronunciar sobre o assunto após a negociação com estudantes, na tarde desta quinta-feira.