Pessoas que cometeram delitos nem sempre são
condenadas à reclusão em presídios. No caso de infrações de trânsito ou para
alguns condenados por furto, roubo ou uso de drogas, a pena pode ser cumprida
com a prestação de serviços à comunidade.
O encaminhamento de condenados
em Maringá é feito pelo programa Pró-egresso, que completa 30 anos. Na cidade, a
iniciativa funciona por meio de um convênio entre a Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e a Secretaria de Estado da Justiça.
De acordo com a
coordenadora do Pró-egresso, Maria Teresa Claro Gonzaga, cerca de mil condenados
cumprem penas alternativas em órgãos públicos ou organizações não governamentais
de Maringá atualmente.
Essa possibilidade deveria ser estendida a mais
condenados, como forma de aliviar a pressão sobre o sistema prisional, comenta
Teresa.
O Pró-egresso também encaminha pessoas que cometeram crimes mais
graves, cumpriram parte da pena em regime fechado e ganharam a possibilidade de
completar o restante em regime aberto.
Há uma diferença gritante entre o
condenado em regime aberto e aquele que vem do regime fechado. Este parece
sempre estar com medo de voltar a ser preso e quase não faz perguntas, diz
Teresa. Estas pessoas tiveram o processo de identidade espoliado,
acrescenta.
Acabar com o preconceito contra aqueles que cometem delitos é
um dos objetivos do programa. Alunos dos cursos de Direito e Psicologia da UEM e
de Serviço Social do Centro Universitário de Maringá (Cesumar) participam do
projeto.
Vejo muitos estudantes com receio de trabalhar com esse
público no começo, mas ao final da participação no projeto, saem sem nenhum
preconceito, comenta Teresa.
A pessoa não é o crime. O delito é uma
situação pontual e tem uma explicação, apesar de não isentar a pessoa da
responsabilidade, diz.