Imprimir

PIB de Maringá alcançará o de Londrina em dez anos

Com 65% da população londrinense, Maringá já exporta o dobro, registra mais empresas, tem maior PIB per capita e movimenta mais empréstimos

Maringá cresce, desde o início da década, num ritmo mais acelerado do que Londrina – cidade que tem 173 mil habitantes a mais. Se o ritmo de desenvolvimento dos dois municípios for mantido, o Produto Interno Bruto (PIB) maringaense deverá alcançar o londrinense daqui a 10 anos, entre 2019 e 2020. De acordo com o economista Joílson Dias, pós-doutor em Economia e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre 2002 e 2006 Maringá cresceu a uma média anual real de 7,78%. Em Londrina, a riqueza interna cresceu 6,08% ao ano – 1,7% a menos em termos reais. “Utilizando as taxas de crescimento do PIB real de 2002 a 2006, a riqueza de Londrina dobra a cada 5 anos. Fazendo o mesmo exercício para Maringá, o seu PIB dobra a cada 4 anos”, explica Dias.

Para Dias, o diferencial foi a política de desenvolvimento econômico de longo prazo implementada em Maringá a partir de 1996. “As políticas econômicas, a reforma das instituições e das leis têm como objetivo aumentar a taxa de crescimento real da economia, o que implica em ser ou não uma região desenvolvida no futuro”, comenta o economista. O dado mais recente para o PIB das duas cidades, de acordo com o IBGE, é de 2006: R$ 5,27 bilhões para Maringá e R$ 6,60 bilhões para Londrina.

Indicadores
Com apenas 65% da população da ex-Capital do Café, a Cidade Canção apresenta indicadores econômicos mais consistentes, em diversas setores. Em 2000, o volume exportado pelas empresas de Maringá representava metade do que era exportado por Londrina – US$ 80 milhões, contra US$ 166 milhões. Oito anos depois, a situação se inverteu: Maringá fechou 2008 com o dobro do que foi vendido ao exterior pelos londrinenses – US$ 811,7 milhões contra US$ 405,6 milhões. Os dados são fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em 2002, o rendimento médio anual do maringaense era 7% maior – R$ 10.100,37, contra R$ 9.430,38 dos londrinenses. Em 2006, cada morador de Maringá tinha um rendimento médio de R$ 16.253,80 – número 22% maior do que o de Londrina: R$ 13.339,01.

Emprego
João Celso Sordi, economista e diretor executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), aponta que no mercado formal de trabalho também há sinais de avanço sobre o índice de Londrina. “Em 2000, já tínhamos uma empregabilidade formal bem melhor, com 27% da população de Maringá empregada, contra 19% de Londrina. Em 2008 o nosso indicador avançou para 34% e o de Londrina para 25%”, ressalta Sordi. Apesar de Maringá estar à frente, a evolução de Londrina foi maior nos últimos oito anos. “Mas só isto não basta para se tirar conclusões, uma vez que, quanto maior é a taxa, mais difícil é avançar”, explica.

Para o diretor do Instituto de Desenvolvimento de Londrina, Silas Gonçalves de Barros, o diferencial no período foi a política industrial. “Maringá deixou de exportar apenas grãos in natura. Parte da produção agrícola passou a ser processada por indústrias como a Cocamar”, destaca Barros. “Enquanto isso, a maior empresa de Londrina, a Cooperativa Integrada, exporta basicamente soja e trigo, na forma de grãos”, acrescenta.

Vinícius Carvalho