De acordo com um levantamento realizado em 21
países pelo Instituto Globescan, de Londres, no final de 2008, 33% dos japoneses
têm uma imagem positiva do Brasil e de sua influência no mundo.
Apenas 5%
declaram ter uma imagem negativa dos brasileiros e o restante, 62%, declaram-se
neutros,não souberam responder ou disseram que depende.
O
levantamento, concluem os pesquisadores do instituto britânico, revela o alto
grau de indiferença do japonês em relação ao Brasil, embora o País abrigue a
maior colônia de descendentes de japoneses do planeta (cerca de 1,5 milhão). A
avaliação positiva dos japoneses é menor que a média global.
Na
população dos 21 países pesquisados, a avaliação positiva do Brasil foi dada por
43% dos entrevistados. Na média mundial, apenas 33% dos entrevistados
posicionaram-se de maneira indiferente em relação aos brasileiros.
A
professora Eva Paulino Bueno, que cresceu em Maringá nos anos 70, lecionou
espanhol quatro anos no Japão e hoje dá aulas nos Estados Unidos, afirma é muito
difícil despertar o interessa dos japoneses pelo Brasil.
Não há
interesse, no Japão, por países que não sejam os Estados Unidos, que eles chamam
de América, e por outra língua que não seja o inglês, destaca Eva, em artigo
publicado na revista maringaense Espaço Acadêmico, de docentes da Universidade
Estadual de Maringá.
Ela conta que a situação cria situações
tragicômicas, uma vez que os japoneses acreditam que todos os não-japoneses
falam inglês como língua nativa.
Não é incomum algumas escolas
particulares de língua contratarem gente loura de olhos azuis, digamos, da
Grécia, para ensinar inglês, e anunciam que esta pessoa é native speaker
(falante nativo), conta Eva.
Descendentes de japoneses que vieram do
Brasil ou dos Estados Unidos não são contratados para esse tipo de trabalho
porque não têm cara de estrangeiro. Nesses casos, o estrangeiro (gaijin)
encontra ainda mais dificuldade em se adaptar.
[Os brasileiros] são
gaijins como todos os demais. Pior, são duplamente gaijins, porque têm feições
japonesas, ou como eu prefiro, asiáticas, mas são culturalmente brasileiros. A
desconfiança contra eles é dupla, diz a professora.