A Universidade Estadual de Maringá está organizando
uma oficina para ensino da escrita de Libras pelo sistema SignWriting. Será nos
dias 27 e 28 deste mês, durante todo o dia, no auditório da Fadec, no câmpus
sede da instituição. As atividades terão início às 8h. No dia 27, também haverá
uma palestra, às 19h30, no anfiteatro do Nupélia, Bloco G-90, com o mesmo
tema.
Criado em 1974 pela coreógrafa dinamarquesa Valerie Sutton,
SignWriting é um sistema que vem se consagrando e conquistando um grande número
de usuários surdos e ouvintes. Ele nada mais é do que a representação gráfica da
língua de sinais. Sua origem é bastante curiosa e está ligada aos registros
gráficos que Valerie Sutton usava para marcar as coreografias dos seus
espetáculos de dança. Esses signos foram adaptados e esquematizados,
transformando-se então nesse sistema que hoje é mundialmente conhecido e
estudado.
O SignWriting está para a língua de sinais como o alfabeto
está para a escrita convencional, explica a professora do Departamento de
Teoria e Prática da Educação, Tânia dos Santos Alvarez da Silva. Ela está
coordenando a oficina, que tem apoio do Propae (Programa Interdisciplinar de
Pesquisa e Apoio à Excepcionalidade). Para a professora, a escrita de libras
constitui um importante instrumento de inclusão social, ajudando a construir uma
base sólida para a alfabetização de deficientes auditivos. No caso do surdo, a
linguagem de sinais é a primeira língua e o domínio desses signos facilita a
aprendizagem da segunda língua, que é o idioma oficial do país e toda sua
estrutura gramatical, enfatiza ela, destacando que quando o usuário de Libras
aprende a ler e escrever neste idioma, abrem-se novas possibilidades.
A
tese de doutorado defendida por Tânia Silva reflete um pouco essa temática. Meu
objeto de estudo foi a escrita de surdos, abrangendo crianças desde a educação
infantil até os anos iniciais do ensino fundamental. Foi interessante perceber
que a criança surda começa a aprendizagem escolar colocando no papel o seu
gestual, que constitui sua forma de comunicação. É uma reação espontânea e serve
como constatação de que a escrita de sinais deveria ser a primeira língua
escrita dos surdos, defende a professora.
A oficina será ministrada por
Sergio Silva Ribeiro, integrante do Centro Educacional de Cultura Surda, em São
Paulo. É a primeira vez que o sistema SignWriting é abordado em Maringá, numa
iniciativa pioneira da UEM. Entre o público alvo estão pessoas surdas e ouvintes
que necessitam dessa ferramenta. O valor da inscrição para a palestra será de R$
10,00 e para a oficina será de R$ 20,00. Outras informações pelo fone 44
3261-4448.