Laboratório da UEM vai monitorar os postos e emitir um selo para orientar o consumidor quais os estabelecimentos comercializam combustíveis de qualidade
Pelo menos quatro postos de combustíveis de Maringá receberão nesta terça-feira um selo de certificação do Laboratório de Análise de Combustíveis (LAC), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), apontando ao consumidor que a gasolina, o álcool e o óleo diesel ali comercializados não sofreram qualquer tipo de adulteração.
Dentro de dois meses, pelo menos um terço dos quase 150 postos da cidade deverão exibir o selo, que poderão perder a qualquer momento se for detectado qualquer tipo de irregularidade no combustível.
O LAC está firmando parceria com postos interessados em ter os produtos monitorados e quando confirmado que os combustíveis estão em perfeitas condições de uso, o estabelecimento terá direito a ter afixado nas bombas o selo de cor vermelha atestando a qualidade dos produtos.
A proposta de parceria foi lançada nesta segunda-feira e quatro postos já fazem aderiram ao programa.
O monitoramento será feito todos os dias e não há como os proprietários de postos saberem quando os técnicos do LAC chegarão, garantiu o coordenador do laboratório, professor Lúcio Cardoso Filho, do Departamento de Engenharia Química da UEM.
Segundo ele, os empresários do setor de combustíveis estão interessados em firmar parceria porque isso vai mostrar quais são os postos que respeitam os consumidores, evitando a comercialização de produtos sem qualidade.
Essa iniciativa, com certeza, vai servir para incentivar os empresários a coibir a adulteração dos combustíveis em seus estabelecimentos, pois os condutores de veículos certamente vão procurar qualidade agora que saberão onde encontrá-la, completa Hermógenes Botti, assessor da Coordenadoria Municipal de Defesa do Consumidor (Procon), em Maringá.
De acordo com Cardoso Filho, o laboratório, ligado diretamente à Reitoria da UEM, atua há cinco anos, porém o trabalho tem sido restrito a análises solicitadas por consumidores que suspeitam da qualidade do combustível vendido por algum posto e às solicitações do Procon diante de alguma denúncia.
Desde que o trabalho foi iniciado, as fraudes nos postos de Maringá caíram consideravelmente, afirma o professor Cardoso. Segundo ele, os postos sofrem fiscalização do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), que faz a aferição das bombas e demais equipamentos, e da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O teor dos combustíveis é analisado por técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas como as visitas são feitas apenas uma vez por mês e geralmente os proprietários de postos têm condições de saber com antecedência quando a equipe está na região, as possibilidades de fraudes ainda são grandes, diz, afirmando que como o trabalho do LAC será local e pode acontecer a qualquer momento, de surpresa, dificilmente empresários do setor se arriscariam a um flagrante e ainda a perder o selo certificador.
A equipe responsável pelo monitoramento dos postos que se interessarem pela parceria, coordenada pela química Camila Garrido, colherá amostras de álcool, gasolina e óleo diesel pelo menos uma vez por semana.
Se os teores não estiverem de acordo com as normas da ANP, o selo será imediatamente retirado das bombas. Se houver reincidência, o posto será excluído do programa.
Luiz de Carvalho