Sete em cada dez motoboys de Maringá trabalham cansados. As
conseqüências de não respeitar os limites do próprio corpo podem ser
perigosas. Uma pesquisa das universidades estaduais de Maringá e
Londrina aponta que o cansaço eleva o risco de envolvimento em
acidentes de trânsito.
Segundo o estudo, a informalidade nas relações de trabalho também pode
contribuir para que motoboys adotem estratégias que visem ao aumento da
produtividade, mas que, ao mesmo tempo, prejudiquem a saúde e a
qualidade de vida.
A principal situação de risco que encontramos foi o cansaço ao guiar a
motocicleta, diz a professora Dorotéia Pelissari Soares, coordenadora
do estudo na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em Maringá, a
professora Thais Aidar de Freitas Mathias também participou da
pesquisa. Outras três professoras da Universidade Estadual de Londrina
(UEL) fizeram parte do levantamento.
Além do cansaço, os pesquisadores encontraram uma série de atitudes de risco no trânsito adotadas pelos motoboys.
Cerca de cem dos 500 entrevistados em Maringá confessaram trafegar
acima de 80km/h na cidade, durante o trabalho; 21,8% usavam celular ou
rádio no trânsito; 34% trabalhavam dez horas ou mais por dia; 33,4%
utilizavam capacete aberto (sem proteção para a mandíbula); e 33,7%
trabalhavam durante o dia e à noite.