Cidade pode fechar 2008 com cerca de US$ 560 milhões de superávit, impulsionada pelas exportações recordes de açúcar, soja e álcool
Mesmo diante da crise financeira mundial, Maringá terminará o ano com uma marca expressiva nas exportações.
Com o superávit de US$ 70,5 milhões em novembro, o município acumula um saldo de US$ 514,8 milhões, desde o início do ano, e supera em muito o antigo recorde, de US$ 350,2 milhões, obtido em 2004. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As exportações seguem em ritmo de crescimento. O comércio exterior rendeu para Maringá, no mês passado, US$ 87,1 milhões, 90,5% a mais que em outubro deste ano e 108% superior a novembro de 2007.
Embora em alta nos últimos anos, as importações de novembro - US$ 16,5 milhões - registraram queda de 38% frente a outubro, porém, com aumento de 19,7% diante do valor registrado em novembro de 2007.
Se considerados os valores médios das exportações e importações, Maringá pode fechar o ano com cerca de US$ 560 milhões de superávit, uma quantia expressiva que, na avaliação do consultor da área internacional do Banco do Brasil de Curitiba, Antônio Roberto Lombardi, foge das estatísticas de outras grandes cidades.
Observei que este ano Maringá bateu recordes de importação, exportação e também no saldo. Foge à realidade registrada em cidades como Curitiba e Londrina, comenta, dizendo-se surpreso com o salto das exportações na cidade.
A título de comparação, até novembro deste ano Londrina teve um superávit de US$ 104,7 milhões, com exportações na ordem de US$ 376,1 milhões - 73% do que Maringá obteve no mesmo período.
Propulsores
O bom momento do comércio exterior de Maringá foi impulsionado pelo aumento significativo das exportações de açúcar e de soja, que juntas respondem por 65,9% de tudo o que foi exportado pelo município entre janeiro e novembro deste ano.
Em açúcar, Maringá enviou para fora do País o equivalente a US$ 264,8 milhões. Em soja foram US$ 244,3 milhões, outro recorde, 453% superior ao mesmo período de 2007.
Nas importações, lideram a lista os circuitos integrados, no valor total de US$ 43,1 milhões, 17,25% do total. O segundo item entre importados são os cloretos de potássio (adubos), no valor de US$ 43,1 milhões - com avanço de 243,5% em relação a igual período do ano passado.
Solo e clima ideais para o plantio de cana-de-açúcar pesaram a favor de Maringá (e região), em comparação com outras grandes cidades do Estado.
Com o despertar internacional pelos biocombustíveis, o setor sucroalcooleiro foi um dos que mais cresceu nos últimos anos e, mesmo com a crise batendo à porta, deve se manter firme.
O álcool e o açúcar ainda têm muito espaço para crescer, porque a demanda é grande. Trabalhamos para que a safra de 2009 seja ainda mais expressiva que a deste ano, comentou o presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena.
Para o professor de Economia Brasileira, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Antônio Gomes Assumpção, os números são reflexo das características exportadoras de Maringá.
Não fico surpreso com essa informação. Em nossa região prevalece o agronegócio, que tende a ter um saldo positivo por importar pouco e exportar muito, comenta.
Um superávit recorde que, destaca o professor, costuma ser sentido na geração de empregos e em praticamente todos os setores, entre eles o comércio. Exportar mais do que importar significa a grosso modo, comenta o economista, mais dinheiro circulando na cidade.