Maringá não possui, na prática, um museu de arte, embora calendário de exposição seja bastante diversificado; artistas dizem que implantação melhoraria a situação
A Secretaria de Cultura de Maringá reconhece a falta que faz para o
cenário artístico local um museu de arte oficialmente instituído e
funcionando na cidade.
Hoje os únicos museus efetivamente existentes são o Museu da Bacia do
Paraná e o Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), ambos na UEM.
O conceito de museu de arte já existe legalmente no Município, mas ainda não foi implantado na prática.
O meu desejo é de termos dois andares [no teatro Calil Haddad] para um
Museu de Arte, revela a secretária municipal de Cultura, Flor Duarte.
Temos, em teoria, o início de um estudo para implantar esse museu.
Flor quer regulamentar a situação, mas ainda não sabe quando isso acontecerá.
O primeiro piso no Calil Haddad onde fica o Museu Helenton Borba
Cortes (mas que não está oficializado como museu) é onde acontecem
eventos como a exposição de cerâmicas com obras de artistas
maringaenses e que vai até o próximo mês.
O segundo piso também é usado para exposições, mas está fechado para manutenção.
Expectativa
Não há nenhuma informação oficial, mas a expectativa é que o museu de
arte só saia da teoria a partir de 2010, já que em 2009 o foco é a
biblioteca municipal.
A secretária comenta que este ano já foram feitos contatos e parcerias
com a Coordenação Estadual de Museus (Cosem), da Secretaria Estadual de
Cultura.
Atualmente o espaço de exposições no Calil é destinado a mostras de
artistas contemplados na Lei Municipal de Incentivo e também de
artistas que enviam projetos à Secretaria. Flor garante que o
calendário de exposição é cheio durante todo o ano.
Acervo
Flor também explicou que hoje o município não possui acervo para um
museu de arte, apenas acervo histórico, um aspecto importante para a
oficialização e implementação de um museu.
A falta de um espaço específico como museu de arte também reduz as
possibilidades de exposições para os artistas locais, fazendo com que
eles mostrem pouco sua arte para a população maringaense.
Para o artista plástico Ademir Kimura, 40 anos, a implantação de um
museu específico ajudaria a colocar Maringá no circuito nacional,
recebendo exposições que passam por museus e centros culturais em
grandes centros.
Também é importante para formar um acervo com obras de artistas locais
e de repercussão nacional, avalia. Kimura participou de duas
exposições este ano em Maringá: a individual Monocromo e a coletiva
Dez.
Já Jorge Pedro, 53 anos, aponta que um museu também vai colaborar para
ampliar a oferta de atividades como palestras, oficinas e eventos
artísticos.
É muito importante um espaço específico, porque aglomera o público e é
um peso cultural para a história da cidade, cita o artista, que já
expôs em cidades do Brasil e do exterior, mas só fez uma única
exposição este ano em Maringá: As minhas, as suas, as nossas gavetas.