Colocação no Exame Nacional deixa para trás instituições tradicionais como a Federal e a PUC, em Curitiba, e a UEL, em Londrina
O curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi o primeiro colocado do Paraná e o 11º do Brasil no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).
O curso da UEM obteve o conceito 4 numa escala de 1 a 5, ficando à frente de tradicionais universidades paranaenses, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ambas em Curitiba, e a Universidade Estadual de Londrina (UEL).
As provas foram aplicadas em novembro do ano passado.
O Ministério da Educação (MEC), responsável pelo Exame, avaliou 103 cursos de Medicina em instituições públicas e privadas. O Enade é realizado por amostragem. As provas são aplicadas aos acadêmicos do primeiro e último anos do curso.
A participação do aluno no Exame constará no histórico escolar. O objetivo é avaliar o rendimento dos alunos em relação aos conteúdos programáticos.
A boa classificação não surpreendeu o chefe do Departamento de Medicina da UEM, Sérgio Yamada, pois, na época do Provão (exame aplicado aos formandos entre 1996 e 2003), o curso sempre obteve boas avaliações.
No entanto, Yamada não esconde o orgulho de ter o curso da UEM entre os melhores do País e diz que os alunos são extremamente selecionados pelo vestibular. Os acadêmicos encontram campo fértil para a sua formação médica, diz.
O coordenador de colegiado do curso, o professor Mauro Porcu, ressalta que o mérito da classificação da Universidade é do aluno, mas não descarta a participação dos professores no resultado.
Segundo ele, o conceito obtido mostra que o formando recebe formação acadêmica de qualidade desde o primeiro ano do curso.
O resultado é bom para os alunos, para a UEM, para o município e para o Estado, avalia Porcu. De acordo com ele, desde o início do curso, o acadêmico é estimulado a se esforçar. Assim, eles adquirem o diferencial frente aos outros, afirma.
Criado há 20 anos, o curso de Medicina da UEM oferece 40 vagas por ano. É o mais concorrido da instituição e já teve 200 candidatos disputando uma vaga.
O curso tem duração de seis anos. Os quatro primeiros são basicamente de formação teórica, com algumas atividades práticas. Nos dois últimos anos, os estudantes fazem o estágio.
Cerca de 80% das atividades dos internos, como são chamados os alunos nesta etapa, são desenvolvidas no Hospital Universitário (HU) de Maringá.
O departamento de Medicina da UEM conta com 88 professores; 26 são doutores e 21 são mestres.