Em
parceria com o departamento de Estatística da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), a coordenação das Comemorações dos 100 anos da Imigração
Japonesa - Imin 100 - vai realizar um censo demográfico dos japoneses
que vivem nas zonas urbana e rural da cidade. A pesquisa pretende
traçar o perfil demográfico socioeconômico dos descendentes atá a
quinta geração. "Vamos identificar quantos são, a escolaridade, o
número de pessoas por família, o que fazem, quanto ganham e a
contribuição que dão à economia da cidade", diz a chefe do Departamento
de Estatísticas da UEM, Isolde Previdelli.
Os cerca de 100 pesquisadores necessários ao trabalho serão
voluntários. Todos serão nikkeys e recrutados nas associações de
descendentes de japoneses de Maringá. "Sabemos que há vários idosos
querendo participar", afirma. Os pré-selecionados serão treinados pelos
estatísticos que coordenam o estudo, em várias etapas. "Daremos todo o
suporte e a qualificação científica necessária aos entrevistadores,
desde a abordagem até a maneira correta de interpretar a resposta do
entrevistado", explica Isolde.
Segundo ela, cada questão precisa ser explicada minuciosamente, na
tentativa de diminuir a margem de erro inerente a qualquer pesquisa
estatística. "O erro é cometido tanto pelo entrevistado quanto pelo
entrevistador."
Isolde informa que as perguntas do questionário estão sendo elaboradas
pelos líderes da comunidade japonesa em Maringá. O secretário da
Coordenação das Comemorações do Imin 100, Shudo Yasunaga, diz que os
questionários aplicados entre a colônia japonesa das cidades paulistas
de Lins e Ibiúna servirão de referência para o estudo em Maringá. O
censo será coordenado pela Estat Junior (Empresa Junior de Estatística
da UEM).
O Departamento de Estatística da instituição comemora 20 anos da
criação do setor e oito anos do curso em bacharelado. A previsão é que
os pesquisadores estejam na rua em meados de maio. Além de Isolde,
participam do censo as professoras Rosângela Santana e Margarete Udo.
"Vamos aproveitar esta pesquisa para divulgar o Departamento de
Estatística. A UEM tem o único curso de bacharelado do interior aqui na
região", revela a professora.
O Censo da Colônia Japonesa no Brasil, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a
Universidade de Tóquio, em 1958, em homenagem aos festejos dos 50 anos
da imigração, apontou que Maringá tinha 5.522 nipo-brasileiros e
imigrantes japoneses. Na época, a colônia tinha 1.575 imigrantes e
3.947 descendentes Destes, 3.318 moravam na cidade e 2.204 na zona
rural. Eram 2.689 mulheres e 2.833 homens.
Em 22 de junho, data prevista para a inauguração do Parque do Japão,
que deve contar com a presença do príncipe herdeiro da família imperial
do Japão, Naruhito, a pesquisa ainda estará sendo feita. "Ele foi
convidado, mas não podemos confirmar se virá", afirma Yasunaga. Caso a
realeza se interesse pelo número de descendentes na cidade, Yasunaga
está certo de que saberá dizer, pelo menos, em que bairro os nikkeys
estão mais concentrados.