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    18-04-2023
    Viviane Ribeiro defendeu recentemente sua dissertação no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UEM (Universidade Estadual de Maringá), sob a orientação da professora do Departamento de Psicologia, Eliane Domingues. A acadêmica se destaca por ser a primeira estudante quilombola a se tornar mestre no estado do Paraná.

    Seu trabalho intitulado “Baque Mulher: Feministas do Baque Virado” teve como objetivo identificar as repercussões psíquicas e sociais desencadeadas pela experiência de integrar também o Baque Mulher Maringá, grupo percussivo de maracatu participante do movimento de empoderamento feminino. A finalidade foi viabilizar o protagonismo feminino no maracatu-nação, por meio de um batuque composto exclusivamente por mulheres, que cantam, dançam e tocam “loas” (canções) próprias, compostas como instrumento de expressão feminista de luta e resistência pelos direitos das mulheres.

    Para a coleta de dados dessa pesquisa, os procedimentos adotados foram desenvolvidos por meio da observação da participante, registrados em diário de campo e entrevistas semiestruturadas, transcritas de áudio e vídeo e apresentadas em forma de narrativas individuais.

    Segundo Viviane Ribeiro, “a análise permitiu contemplar a vivência de mulheres que se uniram a partir de uma finalidade compartilhada: vivenciar o maracatu-nação aliado a uma bandeira de luta, objetivo que ao ser transposto pela singularidade de cada batuqueira, encontrou desvios no seu próprio desejo e abertura para a criação de novos sentidos”.

    Sobre o fato de ser a primeira quilombola a defender mestrado na área declarou que o sentimento é de surpresa. "Não esperava ser a primeira quilombola no Paraná mestra em Psicologia e também, é de muita honra por estar abrindo o caminho para que outras também possam acessar a pós-graduação, sobretudo, em cursos como o de psicologia, considerado elitizado. Espero que a UEM continue atenta e aberta a pluralidade e que o curso receba cada vez mais alunos de comunidades tradicionais, sempre dispostos a escutar e aprender com os saberes não hegemônicos”.

    Ribeiro comentou sobre sua origem e sua pesquisa realizada na Comunidade Quilombola, Invernada Paiol de Telhas, situada em Guarapuava (Centro-Oeste), no distrito de Entre Rios, Colônia Socorro, aproximadamente a 25 quilômetros da cidade. “Retornei para a comunidade recentemente, pois havia me ausentado em razão dos estudos. A minha família, assim como a grande maioria da comunidade, trabalha com agricultura familiar, pecuária de leite e produção de queijos. Quando estou em casa, auxilio nessas rotinas de trabalho e atuo no Coletivo Cultural e Artístico Paiol das Artes vendendo alimentos que são produzidos na comunidade. Dessa atividade, o coletivo recebe visita de escolas, universidades e pessoas interessadas em conhecer o quilombo, por meio de um roteiro turístico. Ofertamos área para camping, alimentação típica, contação de história, apresentações artísticas e oficinas de dança, música, percussão, tranças nagô e confecções de bonecas abayomi*, proporcionando uma fonte de renda extra para as pessoas da comunidade", detalhou

    A mestre lamentou que uma das maiores dificuldades está relacionada a distância, pois temos que nos ausentar do nosso território para trabalhar. Há alguns anos, o coletivo vem atuando no sentido de buscar editais de fomento, para realização de Projetos no Quilombo, a fim de que as pessoas de nossa comunidade possam sair para estudar, retornarem e permanecerem aqui, prestando serviços e sendo atividades” reiterou.

    De acordo com a mestra, “um dos nossos sonhos é a construção da escola regular e de contraturno, tanto para acolher nossas crianças e oferecer uma educação diferenciada, de acordo com nossa cultura, como para abrigar nossos profissionais. Temos muitos quilombolas com formação superior que poderiam atuar na comunidade, mas faltam recursos e interesse público para que isso se concretize”.

    Para Ribeiro, “Uma comunidade que respeita e reconhece a força de suas mulheres, bem como seu poder e encantamento produzido pela cultura afro-brasileira e pelo manancial de produção de saberes transmitidos por meio da música, da dança, da culinária, do exercício da fé, do saber de suas benzedeiras, do plantar, do colher e das histórias que ligam nossas vidas aos nossos ancestrais, em um ciclo contínuo, do qual aprendi a me reconhecer como mulher negra, quilombola e a valorizar nosso legado e que continuará depois de mim” afirmou.

    MARACATU

    O maracatu nação ou maracatu de baque virado é um tipo de maracatu, um ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso com origem no estado de Pernambuco. Trata-se do mais antigo ritmo afro-brasileiro. É formado por um conjunto musical percussivo que acompanha um cortejo real. Os grupos apresentam um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. O momento de maior destaque consiste na saída às ruas para desfiles e apresentações no período carnavalesco.

    BONECAS ABAYOMI

    A origem das bonecas Abayomi tem sido frequentemente contada como remontando à época da escravidão, sendo confeccionadas a bordo de navios negreiros. Segundo essa estória, as mães as faziam para os filhos com os retalhos de suas roupas, as quais rasgavam à unha na esperança de os acalentar naqueles momentos dolorosos que viviam. Assim, as bonecas representariam a resistência, e o amor de mãe, a proteção. A ausência de traços faciais teria o intuito de abarcar todas as etnias de origem africanas escravizadas pelos colonizadores, levando a ideais de inclusão, de coletividade, de força conjunta. (Com informações da UEM)

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    21-05-2023
    As universidades estaduais de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM) estão classificadas como 35ª e 36ª melhores instituições de ensino superior do Brasil em 2023. A informação é do Center for World University Rankings (CWUR), consultoria com sede nos Emirados Árabes Unidos, que publica rankings acadêmicos globais relativos à qualidade da educação superior.


    Nesta edição, foram avaliadas 20.531 instituições públicas e privadas de 95 países, sendo 54 brasileiras classificadas na lista das 2 mil mais bem avaliadas. Na classificação geral, a UEM e a UEL figuram nas posições 1.308 e 1.473, que correspondem aos grupos de 6,4% e 7,2% das instituições melhores classificadas, respectivamente.

    As duas instituições de ensino ligadas ao Governo do Paraná fazem parte de um grupo seleto com cinco estaduais classificadas pelo CWUR. Além da UEM e UEL, esse grupo é formado pelas universidades estaduais de São Paulo (USP), de Campinas (Unicamp) e Paulista (Unesp).

    O CWUR ranqueia as universidades de acordo com sete indicadores agrupados em quatro áreas: educação (25%), empregabilidade dos estudantes egressos (25%), qualidade do corpo docente (10%) e desempenho das pesquisas (40%). O critério de pesquisa considera a quantidade de trabalhos publicados (10%), o total de citações (10%) e o número de estudos publicados tanto em periódicos influentes (10%) quanto em periódicos de primeira linha (10%).

    Os dados são obtidos a partir da Clarivate Analytics, empresa norte-americana que mantém a plataforma Web of Science, uma ferramenta de pesquisa e análise de dados da produção acadêmica mundial. Esse serviço possibilita avaliar, principalmente, a performance das instituições no campo da pesquisa, que representa o maior percentual na atribuição de notas do ranking.

    A Universidade Estadual de Londrina ocupa a 35ª entre melhores instituições de ensino superior do Brasil em 2023

    A Universidade Estadual de Londrina ocupa a 35ª entre melhores instituições de ensino superior do Brasil em 2023

    Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, professor Mauro Sá Ravagnani, o avanço científico e tecnológico está relacionado ao investimento em pesquisa. “O avanço científico e tecnológico passa pelo desenvolvimento de pesquisa, que no Brasil é feita majoritariamente pelas universidades públicas, por meio de cursos de mestrado e doutorado, que formam recursos humanos capacitados. É preciso investimento no desenvolvimento de pesquisas para alcançar posição de vanguarda em saúde, educação, tecnologia, energias e meio ambiente”, afirma.

    A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL, professora Silvia Márcia Ferreira Meletti, destaca a qualificação do corpo docente como o diferencial na avaliação da qualidade da educação superior. “A qualidade da produção de conhecimento é decorrente da dedicação de professores compromissados com a formação de pesquisadores e profissionais qualificados, cujo resultado do trabalho é a produção de conhecimento científico socialmente relevante, com impacto em vários setores da sociedade”, diz.

    Além das estaduais, aparecem nesse ranking a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), classificadas em 11º, 37º e 44º lugares, nessa ordem.

    INVESTIMENTOS
    O Governo do Estado tem ampliado, anualmente, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação com o intuito de fortalecer e direcionar a vocação das universidades estaduais para o desenvolvimento socioeconômico regional e sustentável. Em 2023 foram restabelecidos os percentuais de aplicação do Fundo Paraná para o fomento científico e tecnológico, ampliando a capacidade de investimento na área.

    A secretaria estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) anunciou em março a previsão orçamentária de R$ 411,7 milhões para o financiamento de projetos estratégicos em 2023, o que equivale a um incremento de 325% em relação ao ano passado, quando foram aplicados R$ 96,7 milhões pelo Fundo Paraná. Essa fonte de recursos é composta por, no mínimo, 2% da receita tributária anual do Estado, sendo exclusiva para dotar o Paraná de competitividade científica e tecnológica. (Com informações da Agência Estadual de Notícias)

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