23-01-2023
Uma iniciativa lançada pelo Governo do Estado em 2022 resultou no
desenvolvimento de 86 projetos de extensão e pesquisa acadêmicas
focados no empoderamento feminino. Pesquisadores e extensionistas
de 13 diferentes instituições de ensino superior e de pesquisa do
Paraná contam com um orçamento de R$ 4 milhões para o
desenvolvimento de seus projetos.
O programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança,
articulado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior e financiado pela Fundação Araucária, promove o apoio
financeiro a instituições de ciência e tecnologia paranaenses, para
financiar projetos que tenham o público feminino como beneficiário.
A ação envolve as sete universidades estaduais, três federais (UFPR,
UTFPR e Unila), as particulares PUCPR e Instituto Cesumar e o
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná). Juntas, as
instituições desenvolvem projetos voltados às paranaenses com temas
como saúde, combate à violência contra mulheres,
empreendedorismo, meninas na ciência e empoderamento, além de
atuar com mulheres indígenas, da agricultura familiar, em situação de
rua e em situação de vulnerabilidade social.
A iniciativa foi planejada com a participação de mulheres
representantes de universidades de todas as regiões do Paraná. Há
diversas linhas de atuação, que incluem áreas como saúde da mulher,
a efetividade das políticas públicas e também aborda questões sobre
como reduzir a violência de gênero e melhorar a inclusão digital por
meio de ações universitárias de ensino, pesquisa e extensão.
Com a capilaridade das universidades paranaenses, especialmente as
estaduais, e a abrangência das linhas de pesquisa e extensão, o
programa tem a possibilidade de atender milhares de mulheres
paranaenses. “A maior parte dos projetos contemplados tem como
foco a extensão universitária, com os estudantes e pesquisadores
atuando diretamente com a comunidade, transformando positivamente
a vida das mulheres atendidas”, explica o gerente de Projetos da
Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos.
O programa foi lançado no ano passado, mas a ideia é abrir chamadas
públicas a cada dois anos para receber novos projetos das instituições
de ensino superior. O programa não busca a atuação somente de
equipes de mulheres, mas é voltado a projetos que atendam
exclusivamente o público feminino. O prazo de execução dos projetos
é de 48 meses.
SAÚDE DA MULHER – Um dos 86 projetos beneficiados trabalha na
prevenção do câncer de mama com agricultoras do Sudoeste do
Estado e envolve os cursos de Medicina, Nutrição, Geografia e os
programas de Ciências Aplicadas à Saúde do campus de Francisco
Beltrão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioste). A
proposta é capacitar as mulheres para manipular de forma segura os
defensivos agrícolas utilizados na lavoura.
A iniciativa é coordenada pela pesquisadora Carolina Panis, que desde
2014 investiga o perfil do câncer de mama na população do Sudoeste,
atuando especialmente com as agricultoras. A expectativa é capacitar
entre mil e 3 mil mulheres.
Com o recurso que recebeu do edital, a equipe de pesquisa, que conta
com a participação de três professores e alunos da graduação,
mestrandos, doutorandos e pós doutorandos, pretende chegar às
mulheres que ainda não desenvolveram a doença, usando a educação
e a informação como formas de prevenção.
Eles atuam junto com 27 coletivos de mulheres agricultoras,
envolvendo todos os municípios da 8ª Regional de Saúde do Paraná,
com palestras e bate-papos para falar sobre prevenção do câncer. A
segunda etapa, que está em andamento, inclui a capacitação dessas
mulheres, com materiais elaborados pelo grupo com orientações sobre
a forma correta de manipular produtos químicos.
Em uma terceira etapa, os pesquisadores irão até as propriedades
para paramentar as agricultoras com luvas e equipamentos de
proteção individual, que devem ser utilizados tanto no momento de
manipulação dos agrotóxicos como na descontaminação dos
equipamentos e das roupas utilizadas por elas e pelos seus maridos.
Entre uma etapa e outra, será feita a coleta da urina das participantes
para avaliar a presença de produtos químicos no organismo.
“Eu atuo há mais de oito anos investigando os casos de câncer de
mama na região Sudoeste, mas queria chegar a uma etapa anterior,
para trabalhar com as mulheres que não têm a doença”, conta
Carolina. “Eu vi no edital da Fundação Araucária essa oportunidade,
com foco principalmente nas agricultoras porque são o grupo mais
vulnerável, buscando mitigar o contato delas com os agrotóxicos, que
é um possível fator de risco para o desenvolvimento de câncer”.
A pesquisadora afirma que o programa contribui para colocar a
academia a serviço da população, em especial das mulheres. “É um
problema da região, e a universidade tem o papel de alcançar essas
pessoas para orientar e reduzir a incidência de novos casos”, destaca.
OUTRO EXEMPLO – Na Universidade Estadual de Maringá (UEM),
outro projeto beneficiado pelo programa também atua na prevenção do
câncer em mulheres, desta vez o do colo do útero. Liderado pela
professora e pesquisadora Márcia Consolaro, do Departamento de
Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, a iniciativa incentiva a
autocoleta de material para análise para aquelas mulheres que, por
algum motivo, não realizam o papanicolau.
Para isso, agentes comunitárias de saúde serão capacitadas para ir às
residências e fazer a busca ativa das mulheres que está há cinco anos
ou mais sem fazer o exame preventiva. Elas darão a orientação para
que as próprias pacientes façam a coleta do material que será enviado
para a análise clínica.
“Além de questões comportamentais, algumas mulheres têm uma
barreira e não fazem o exame por achar que serão diagnosticadas com
câncer. Mas o teste, na verdade, consegue detectar as fases iniciais,
que são completamente curáveis”, explica a pesquisadora. “Com esse
projeto, teremos a oportunidade de abrir as portas às mulheres para
que possam acessar as políticas de saúde, além de contar com o
trabalho de outras mulheres, as agentes comunitárias, que vão replicar
os métodos de prevenção”.
desenvolvimento de 86 projetos de extensão e pesquisa acadêmicas
focados no empoderamento feminino. Pesquisadores e extensionistas
de 13 diferentes instituições de ensino superior e de pesquisa do
Paraná contam com um orçamento de R$ 4 milhões para o
desenvolvimento de seus projetos.
O programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança,
articulado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior e financiado pela Fundação Araucária, promove o apoio
financeiro a instituições de ciência e tecnologia paranaenses, para
financiar projetos que tenham o público feminino como beneficiário.
A ação envolve as sete universidades estaduais, três federais (UFPR,
UTFPR e Unila), as particulares PUCPR e Instituto Cesumar e o
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná). Juntas, as
instituições desenvolvem projetos voltados às paranaenses com temas
como saúde, combate à violência contra mulheres,
empreendedorismo, meninas na ciência e empoderamento, além de
atuar com mulheres indígenas, da agricultura familiar, em situação de
rua e em situação de vulnerabilidade social.
A iniciativa foi planejada com a participação de mulheres
representantes de universidades de todas as regiões do Paraná. Há
diversas linhas de atuação, que incluem áreas como saúde da mulher,
a efetividade das políticas públicas e também aborda questões sobre
como reduzir a violência de gênero e melhorar a inclusão digital por
meio de ações universitárias de ensino, pesquisa e extensão.
Com a capilaridade das universidades paranaenses, especialmente as
estaduais, e a abrangência das linhas de pesquisa e extensão, o
programa tem a possibilidade de atender milhares de mulheres
paranaenses. “A maior parte dos projetos contemplados tem como
foco a extensão universitária, com os estudantes e pesquisadores
atuando diretamente com a comunidade, transformando positivamente
a vida das mulheres atendidas”, explica o gerente de Projetos da
Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos.
O programa foi lançado no ano passado, mas a ideia é abrir chamadas
públicas a cada dois anos para receber novos projetos das instituições
de ensino superior. O programa não busca a atuação somente de
equipes de mulheres, mas é voltado a projetos que atendam
exclusivamente o público feminino. O prazo de execução dos projetos
é de 48 meses.
SAÚDE DA MULHER – Um dos 86 projetos beneficiados trabalha na
prevenção do câncer de mama com agricultoras do Sudoeste do
Estado e envolve os cursos de Medicina, Nutrição, Geografia e os
programas de Ciências Aplicadas à Saúde do campus de Francisco
Beltrão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioste). A
proposta é capacitar as mulheres para manipular de forma segura os
defensivos agrícolas utilizados na lavoura.
A iniciativa é coordenada pela pesquisadora Carolina Panis, que desde
2014 investiga o perfil do câncer de mama na população do Sudoeste,
atuando especialmente com as agricultoras. A expectativa é capacitar
entre mil e 3 mil mulheres.
Com o recurso que recebeu do edital, a equipe de pesquisa, que conta
com a participação de três professores e alunos da graduação,
mestrandos, doutorandos e pós doutorandos, pretende chegar às
mulheres que ainda não desenvolveram a doença, usando a educação
e a informação como formas de prevenção.
Eles atuam junto com 27 coletivos de mulheres agricultoras,
envolvendo todos os municípios da 8ª Regional de Saúde do Paraná,
com palestras e bate-papos para falar sobre prevenção do câncer. A
segunda etapa, que está em andamento, inclui a capacitação dessas
mulheres, com materiais elaborados pelo grupo com orientações sobre
a forma correta de manipular produtos químicos.
Em uma terceira etapa, os pesquisadores irão até as propriedades
para paramentar as agricultoras com luvas e equipamentos de
proteção individual, que devem ser utilizados tanto no momento de
manipulação dos agrotóxicos como na descontaminação dos
equipamentos e das roupas utilizadas por elas e pelos seus maridos.
Entre uma etapa e outra, será feita a coleta da urina das participantes
para avaliar a presença de produtos químicos no organismo.
“Eu atuo há mais de oito anos investigando os casos de câncer de
mama na região Sudoeste, mas queria chegar a uma etapa anterior,
para trabalhar com as mulheres que não têm a doença”, conta
Carolina. “Eu vi no edital da Fundação Araucária essa oportunidade,
com foco principalmente nas agricultoras porque são o grupo mais
vulnerável, buscando mitigar o contato delas com os agrotóxicos, que
é um possível fator de risco para o desenvolvimento de câncer”.
A pesquisadora afirma que o programa contribui para colocar a
academia a serviço da população, em especial das mulheres. “É um
problema da região, e a universidade tem o papel de alcançar essas
pessoas para orientar e reduzir a incidência de novos casos”, destaca.
OUTRO EXEMPLO – Na Universidade Estadual de Maringá (UEM),
outro projeto beneficiado pelo programa também atua na prevenção do
câncer em mulheres, desta vez o do colo do útero. Liderado pela
professora e pesquisadora Márcia Consolaro, do Departamento de
Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, a iniciativa incentiva a
autocoleta de material para análise para aquelas mulheres que, por
algum motivo, não realizam o papanicolau.
Para isso, agentes comunitárias de saúde serão capacitadas para ir às
residências e fazer a busca ativa das mulheres que está há cinco anos
ou mais sem fazer o exame preventiva. Elas darão a orientação para
que as próprias pacientes façam a coleta do material que será enviado
para a análise clínica.
“Além de questões comportamentais, algumas mulheres têm uma
barreira e não fazem o exame por achar que serão diagnosticadas com
câncer. Mas o teste, na verdade, consegue detectar as fases iniciais,
que são completamente curáveis”, explica a pesquisadora. “Com esse
projeto, teremos a oportunidade de abrir as portas às mulheres para
que possam acessar as políticas de saúde, além de contar com o
trabalho de outras mulheres, as agentes comunitárias, que vão replicar
os métodos de prevenção”.