Thiago Augusto Hernandes Rocha especialista IA Saude

Em entrevista à UEM FM e ao Notícias UEM, Thiago Rocha, especialista em IA, comenta desafios e avanços do setor

Um dos principais pesquisadores de Inteligência Artificial (IA) em saúde, Thiago Augusto Hernandes Rocha, profere na noite desta quinta-feira (5), a partir das 19h, no auditório do Bloco B33, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), uma palestra sobre “Inteligência Artificial orientada para a solução de desafios: possibilidades e perspectivas práticas”.  

Rocha é membro do Math Consortium Brasil, da Organização Pan-Americana da Saúde e da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. O tema de sua palestra é extremamente atual e relevante, especialmente no contexto da saúde, onde a IA está transformando a maneira como enfrentamos problemas complexos e melhoramos o atendimento na área da saúde.  

O especialista está participando como palestrante do 10º Encontro Internacional do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (10º EIPCS) e o 1º Congresso Internacional do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (1° CICS), promovidos pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PCS) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEM. 

Na manhã desta quinta-feira (5), Rocha concedeu uma entrevista à rádio UEM FM e ao portal Notícias UEM. No bate-papo, Rocha esclareu como a Inteligência Artificial pode contribuir para um futuro mais eficaz e integrado. Ele ressaltou como a IA oferece a possibilidade de ampliar o acesso a serviços de saúde de qualidade, beneficiando principalmente populações desatendidas, ao otimizar diagnósticos, teleconsultas e tratamentos, promovendo maior equidade no sistema de saúde. 

Rocha destacou que, ao contrário dos avanços científicos anteriores, que surgiam em instituições acadêmicas, o desenvolvimento mais sofisticado da Inteligência Artificial está agora nas mãos de empresas privadas. Ele alerta que embora tenhamos grandes avanços de IA na saúde, como a medicina de precisão, telemetria e a análise de dados estruturados e não estruturados, o fato do setor privado liderar esse campo levanta questões sobre o impacto de interesses econômicos nas aplicações dessa tecnologia.  

Outro ponto que ele alerta é sobre a segurança de dados coletados por equipamentos com inteligência artificial. “Existem informações que são sensíveis e que podem gerar prejuízos aos indivíduos, por exemplo, esses smartwatches que coletam informações. Você já pensou que, se essas informações caírem em mãos erradas, podem ser utilizadas, por exemplo, por empregadores para não contratarem pessoas que têm problemas de saúde? Ou para eles tomarem decisões se eles vão priorizar um indivíduo X, Y ou Z, considerando o que ele tem de história pregressa, em função do risco que ele tem de ter problemas que vão fazer com que ele falte ao trabalho”, detalha. Rocha ainda deu mais um exemplo no caso das informações forem repassadas para as seguradoras. “Eles podem tomar esse tipo de informação para poder precificar o seu seguro de saúde, plano de saúde e seguro de vida com base em se você tem episódio de pressão alta, isso tudo é possível já hoje”, frisa. 

Como cientista de dados, Rocha também aconselhou os universitários que pensam em se enveredar por esta seara da IA na saúde. “Gosto de dizer que um cientista de dados efetivo precisa ter quatro áreas de expertise: conhecimentos de estatística, programação, entendimento aprofundado de um objeto e soft skills (habilidades comportamentais). Ou seja, não basta você dominar toda a parte técnica, você tem que conseguir traduzir isso de uma forma tal que pessoas não versadas nesses conjuntos consigam entender o que você está fazendo, porque senão você não consegue produzir impacto. Você pode ser o melhor programador, melhor estatístico, melhor especialista, mas se você não consegue transmitir a sua ideia, tudo aquilo que você produziu, mesmo que seja de alta qualidade técnica, fica inacessível”. 

A entrevista com Thiago Rocha pode ser acessada na íntegra na página da UEM FM Entrevista pelo Spotify neste link